Dados do Trabalho


Título

APLICAÇAO DO ACIDO TRANEXAMICO NA URO-ONCOLOGIA: UMA REVISAO SISTEMATICA DA LITERATURA

Resumo

Introdução: O ácido tranexâmico é uma medicação anti-fibrinolítica universalmente utilizada para prevenção de eventos hemorrágicos em diversas cirurgias. Apesar de urologistas realizarem cirurgias de grande porte com risco de sangramento, o emprego rotineiro desta medicação ainda não é um consenso. Objetivo: Apresentar à comunidade científica a discussão quanto a segurança e resultados do uso do ácido tranexâmico em cirurgias urológicas. Metodologia: Foi realizada busca nas bases Pubmed/Medline com os descritores: prostatectomia radical ou cistectomia ou nefrectomia ou dissecção de linfonodos retroperitoneais e ácido tranexamico ou transamin. A partir da busca 16 artigos foram encontrados, sendo 6 selecionados para análise. Resultados. A cistectomia radical trata-se de uma cirurgia extensa em que seus componentes reconstrutivos resultam em tempos operatórios prolongados e são associados a um aumento significativo de complicações, incluindo alto risco de sangramento perioperatório e consequente necessidade de hemotransfusões. Em um estudo de 2016 em que 108 pacientes submetidos à esta cirurgia receberam ácido tranexâmico, evidenciou-se que o uso da medicação estava associado à uma diminuição importante de transfusões sanguíneas perioperatórias (OR 0.22; p=0.0002), além de, quando comparado ao controle, também houve diminuição do tempo cirúrgico (278 vs 302 minutos; p=0.001) e diminuição da ressuscitação fluida intraoperatória (4146 ml vs. 4948 ml; p=0.001). Na prostatectomia radical uma das principais complicações intra operatória é o sangramento. Alguns estudos mostram a eficácia da utilização do ácido tranexâmico na diminuição do sangramento dos pacientes submetidos a este tipo de cirurgia.Em uma metanálise publicada na JCA com 9 artigos mostrou que a sanguínea estimada e a taxa de transfusão foram menores em pacientes que receberam o ácido tranexâmico. Conclusão: Apesar de ser uma droga amplamente utilizada, inclusive em cirurgias urológicas, ainda assim carece de ensaios clínicos maiores com análises de subgrupo diferenciando a modalidade de cirurgia além da via utilizada (aberta, videolaparoscopia, robótica) para a utilização do ácido tranexâmico como protocolo em cirurgias urológicas.

Área

Complicações do tratamento oncológico

Instituições

Centro Universitário FMABC - São Paulo - Brasil, Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo - Brasil

Autores

GUILHERME MIRANDA ANDRADE, GABRIEL ANDRADE AGARENO, VITOR PELOGI ARIENZO, GUSTAVO CASERTA LEMOS, ARIE CARNEIRO, BIANCA ALVES VIEIRA BIANCO