Pixel geral RV Eventos

Dados do Trabalho


Título

Checklist para desinfecção de ambulâncias no transporte de pacientes COVID-19

Introdução

As transferências inter-hospitalares e intermunicipais são realizadas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) ou por ambulâncias de nível municipal e/ou hospitalar.¹ Estes veículos, após realizarem as transferências, necessitam de desinfecção terminal, sobretudo quando trata-se de paciente acometido por doença infectocontagiosa ou de transmissão respiratória.

Dentre as doenças virais de transmissão respiratória que possuem essa demanda, destaca-se a Coronavirus Disease 2019 (Covid-19), considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como pandemia, com elevada transmissibilidade e caracterizada como emergência de saúde pública pelo seu elevado acometimento populacional e mortalidade.²

Diante da inevitável necessidade de transferência dos casos confirmados ou suspeitos de Covid-19, e para versar sobre a Prática Baseada em Evidência, enfatiza-se a relevância de investimento científico que contribua com a segurança daquele trabalhador da saúde que realiza a transferência e do paciente que é transferido.

Objetivo

Devido a inexistência na literatura de checklist específico para o contexto estudado, o presente estudo teve como objetivo construir e validar checklist para desinfecção de ambulâncias que transportam pacientes com confirmação ou suspeita de Covid-19.

Método

Trata-se de um recorte de estudo maior de metodológico composto pela construção de checklist e validação por 42 profissionais, dos quais 35 profissionais possuíam expertise em transporte/transferência de pacientes e sete em controle de infecção hospitalar. Foi considerado válido o item com concordância mínima de 80%, a partir do Índice de Validação de Conteúdo e teste binomial. O estudo atendeu a Resolução 466/12 com aprovação, sob parecer favorável de número 4.002.976, pelo Comitê de Ética em Pesquisa.

Resultados

A versão final foi intitulada “Checklist para desinfecção de ambulâncias”, composta por uma lauda, com cabeçalho para preenchimento de data, horário e nome do profissional, seguido de 54 itens referentes às etapas que devem ser realizadas para desinfecção terminal das ambulâncias. Os itens a serem checados foram subdivididos em cinco sessões que contemplaram: os equipamentos de proteção individual e materiais utilizados; desinfecção da cabine do motorista; retirada e desinfecção de materiais; limpeza/lavagem e desinfecção da cabine de atendimento ao paciente. A concordância mínima obtida foi de 85% e a média do Índice de Validação de Conteúdo foi de 0,96.

No contexto pandêmico, práticas diversas foram modificadas, por acometerem profissionais não só física e psicologicamente, como pela constante necessidade de atualizações no processo de trabalho frente a uma doença nova. Mundialmente, profissionais da saúde lidaram e lidam com a Covid-19, limitações de materiais, de insumos e até, dificuldades na implementação de políticas públicas de saúde. Desafios que permeiam questões éticas complexas e necessitam de resiliência diária frente a escassez e o novo.

Conclusões

A versão final do checklist sobre desinfecção terminal de viaturas de transporte de pacientes Covid-19 positivos abordou sequência correta e condutas a serem realizadas, para correta desinfecção dos equipamentos de proteção individual e materiais utilizados; desinfecção da cabine do condutor; retirada e desinfecção de materiais; limpeza/lavagem e desinfecção da cabine de atendimento ao paciente. Nesse contexto, há relevância do checklist para desinfecção terminal da viatura conforme os itens que o compõem, uma vez que a concordância dos juízes foi unânime e estatisticamente significativa.

Destarte, há necessidade de novos estudos que traduzam e adaptem transculturalmente o instrumento desenvolvido. Além disso, recomenda-se que futuros estudos analisem a efetividade da utilização do checklist, na prevenção de contaminação e adoecimento dos profissionais.

Palavras-chaves

Infecções por coronavírus; Desinfecção; Estudo de validação; Ambulâncias.

Referências

1. Hemesath MP, Kovalski AV, Echer IC, Lucena AF, Rosa NG. Effective communication on temporary transfers of inpatient care. Rev Gaucha Enferm [Internet]. 2019 [cited 2020 Jun 20];40(esp):e20180325. Available from: https://www.scielo.br/pdf/rgenf/v40nspe/en_1983-1447-rgenf-40-spe-e20180325.pdf

2. Battisti GR, Branco A, Caregnato RCA, De Oliveira MMC. Profile of service and satisfaction of users of the Mobile Emergency Care Service (SAMU). Rev Gaucha Enferm [Internet]. 2019 [cited 2020 Jun 20];40:e20180431. Available from: https://www.scielo.br/pdf/rgenf/v40/en_1983-1447-rgenf-40-e20180431.pdf

3. Moren DM, Daszak P, Taubenberger JK. Escaping Pandora’s Box-Another Novel Coronavirus. N Engl J Med [Internet]. 2020 [cited 2020 Jun 11];382(14):1293-1295. Available from: https://doi.org/10.1056/NEJMp2002106

Área

COVID-19

Categoria

Enfoque na prática

Autores

MARIA APARECIDA DE SOUZA SILVA, ANA CARLA SILVA ALEXANDRE, NELSON MIGUEL GALINDO NETO, DARIA CATARINA SILVA SANTOS, CÍNTIA TAÍSA FERREIRA SANTOS, KALINE SILVA TORRES, MIRELLY SANTOS SILVA