Dados do Trabalho

Título

Uso de simulação realística como metodologia integrante de processo seletivo no CME: relato de experiência

Introdução

A prática da simulação realística está sendo considerada uma abordagem mais efetiva para o ensino-aprendizagem do que o ensino tradicional, por ser uma estratégia pedagógica que permite uma maior vivência prática, colaborando para a segurança do paciente. O uso de um roteiro estruturado para simulação e debriefing auxilia os educadores e até mesmo os alunos a facilitar o ambiente de aprendizagem e melhorar o desenvolvimento do julgamento clínico1.

Objetivo

Relatar a experiência da utilização da simulação realística de baixa fidelidade em processo de seleção e transferência de turnos no Centro de Material e Esterilização (CME).

Método

Trata-se de um relato de experiência, em um CME de um hospital universitário, na região Sul. Por meio da aplicação da metodologia ativa, se utilizou simulação realística de baixa fidelidade com profissionais do CME inscritos em processo seletivo de transferência de turno. A estratégia foi realizada com 10 profissionais que se inscreveram para o processo de transferência para o turno da noite. Os profissionais após o processo de inscrição e o atendimento dos requisitos de aprovação da primeira etapa, foram agendados de forma individual para a segunda fase: simulação e entrevista. Três profissionais, avaliadores deram as orientações e acompanharam a simulação: 2 enfermeiros do CME e um profissional do serviço de recursos humanos e seleção, cada avaliador continha um documento com a situação-problema, e cada etapa que o profissional deveria executar, conforme cada estação previamente organizada. Ao término da simulação os avaliadores se reuniam e faziam o consenso das observações.

Resultados

A simulação foi realizada na sala de aula do CME com auxílio de carros de transporte de materiais, Equipamentos de Proteção Individual , instrumentais, Rack de lavadora termodesinfectadora, cestos de ultrassônica, computador com sistema informatizado do CME, leitor de QRCode, sistema de barreira para empacotamento, impressora de etiquetas, rack de carregamento de materiais para esterilização e testes de monitoramento de processo. Após a chegada do candidato, a equipe apresentou o cenário com quatro áreas do CME: recebimento, limpeza, preparo e esterilização. Foi realizada a leitura da situação-problema em cada estação e entregue uma cópia para o colaborador reler e verificar a sua compreensão. Em cada cenário, em média, os profissionais utilizaram 9 minutos para analisar, receber as informações e simular as atividades demonstrando a capacidade de desempenho das rotinas. Foi solicitado que fosse explanando cada ação que estava sendo realizada para que todos os avaliadores pudessem acompanhar. Ao término da execução de cada estação, os avaliadores perguntavam se havia mais alguma informação para complementar. Ao final do cenário, o profissional se dirigiu aos avaliadores para o momento de debriefing contemplando a complementação de informação se necessário e reflexão da impressão do cenário, posteriormente seguiu-se para a entrevista. Foram realizados registros fotográficos, com autorização dos profissionais para efeitos de registros no processo.

Conclusões

O uso da simulação realística com checagem de gabarito permitiu a avaliação mais objetiva, além de identificar os pontos em comum de erros e acertos do grupo, e necessidade de capacitações. O estudo, de forma geral, demonstrou que a utilização da simulação realística como estratégia seleção possibilita subsidiar processo avaliativo, além de propiciar ao profissional a demonstração da translação entre a rotina prescrita à prática.

Palavras-chaves

Simulação realística. Esterilização. Enfermagem Perioperatória.

Referências

1 Silva T, Ramos AR, Quadros A. Uso da simulação realística como estratégia de ensino para os cursos de graduação em enfermagem. Conjecturas. 2021;21(6):221-242.