Dados do Trabalho
Título
PERFIL DOS PACIENTES COM INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO APÓS CIRURGIA CARDÍACA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Introdução
A infecção de sítio cirúrgico (ISC) em cirurgia cardíaca é um importante preditor da morbimortalidade e desfechos negativos no pós-operatório, sendo a principal causa de morte não relacionada a doença de base após a realização de cirurgia cardíaca1. A ISC é caracterizada por uma infecção que surge nos primeiros 30 dias após o procedimento cirúrgico, ou até 90 dias no caso de próteses e implantes2.
Objetivo
Descrever o perfil dos pacientes que desenvolvera ISC após a cirurgia cardíaca.
Método
Trata-se de um estudo transversal dados secundários coletados a partir de variáveis do banco de dados do serviço de Controle de infecção Hospitalar de um Hospital universitário da região sudeste. Os dados da pesquisa foram obtidos através do prontuário eletrônico e no banco de dados interno da Comissão de controle de infecção hospitalar (CCIH). Foram utilizados dados de pacientes que desenvolvera ISC de 2018-2020. Aprovação do Comitê de Ética sob parecer 5.070.714 (CAAE: 51667221.3.0000.5071).
Resultados
62 casos de ISC. Deste total foram tabulados dados de 47 pacientes. Na amostra de 47 pacientes, 25 eram do sexo feminino e 22 do sexo masculino, com idade variando de 59 anos. Do total de pacientes, 57,4% apresentam mais de três comorbidades, incluindo Hipertensão Arterial, Diabetes e Doenças Reumáticas. Na classificação ASA os resultados obtidos foram: 44,6% ASA III, 42,5% ASA IV e os demais ASA II ou não sinalizado. Em relação ao período de internação, o tempo de internação pré-operatória foi maior que 24 horas em 63,80% dos pacientes, com média de internação de 17,38 dias. O procedimento cirúrgico, no qual a maioria dos pacientes foram submetidos foi a Revascularização do Miocárdio, resultando em 69, 9% dos casos, seguido de troca valvar e inserção de marca-passo. A maioria recebeu combinação de no mínimo dois antimicrobianos, sendo Vancomicina e Gentamicina a combinação mais utilizado totalizando 32,29% dos casos. Em outros casos foram utilizados Cefalotina e Cefazolina. No que se refere as medidas profiláticas, observa –se uma quantidade insuficiente de dados relativos as medidas instituídas.
Conclusões
Dentre os fatores de risco para desenvolver ISC estão: sexo feminino, tempo de internação maior que 24 horas e ASA. Em relação a variável tempo de internação maior que 24 horas, ressalta-se que está se encontra presente na literatura como fator de risco para ISC em cirurgias gerais. É necessário maior registro das atividades de enfermagem em relação as medidas profiláticas.
Palavras-chaves
Palavras-chaves: Cirurgia cardíaca; Ferida operatória; Infecção de ferida operatória; Infecção hospitalar.
Referências
1. Berríos-torres, s.i.; Umscheid, c.a.; Bratzler, d.w. Diretriz do Centro de Controle e Prevenção de Doenças para a Prevenção de Infecção do Site Cirúrgico, 2017. JAMA Surg. 2017; 152 (8): 784–91. doi: 10.1001 / jamasurg.2017.0904
2. Agência nacional de vigilância sanitária. Nota técnica nº 02/2021 GVIMS/GGTES/ANVISA -REVISADA - Critérios Diagnósticos de IRAS. Brasília: 2021.
Área
Prevenção e Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde
Categoria
Enfoque científico
Autores
ALCY LEAL ARANHA, BRUNA MORAES BARBIER, GABRIELLY DOS SANTOS MOREIRA, EMANUELLE DE SOUZA THEOTONIO, LUCAS DALVI ARMOND REZENDE, BRUNO HENRIQUE FIORIN