Dados do Trabalho

Título

Perfil de pacientes submetidas à cirurgia ginecológica robótica

Introdução

Uma das modalidades em que se confere avanço promissor relacionado à evolução da tecnologia, devido ao aumento de investimentos, é a cirurgia robótica, por meio de um aporte tecnológico de última geração, que possibilita a execução de procedimentos minimamente invasivos. Na ginecologia, esse avanço tem proporcionado a realização de cirurgias por via robótica, em detrimento das demais técnicas convencionais utilizadas. Dessa forma, para que se torne uma alternativa efetivamente viável e segura, é imprescindível o conhecimento e o aprimoramento dos profissionais de enfermagem, a fim de desenvolverem habilidades relativas ao uso dessas tecnologias, promovendo um planejamento assistencial com segurança e conforto ao paciente.

Objetivo

Caracterizar o perfil de pacientes submetidas a cirurgias robóticas ginecológicas, em um hospital privado de São Paulo.

Método

Estudo primário, retrospectivo, documental, com abordagem quantitativa. A amostra foi composta pelos prontuários e banco de dados de 90 pacientes submetidas a cirurgias robóticas ginecológicas no período de 06 de dezembro de 2012 a 31 de dezembro de 2018, em um hospital privado, de grande porte, da região central de São Paulo. O instrumento de coleta de dados está dividido em duas partes: caracterização do perfil das pacientes e caracterização do procedimento anestésico-cirúrgico. O estudo cumpre as recomendações da Resolução 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde, sendo aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa das Instituições Oas quais os autores estão inseridos e na sede da pesquisa, via Plataforma Brasil (CAAE 96809018.0.0000.0071 e 96809018.0.3002.5455; Pareceres 3.046.940 e 3.092.746).

Resultados

Em relação à caracterização das pacientes, a média de idade foi de 46 anos, com peso de 70,2 Kg, altura 1,64 m e índice de massa corpórea de 26 Kg/m². A histerectomia foi o procedimento cirúrgico mais realizado (59 / 65,5%), seguido da miomectomia (13 / 14,4%); o robô Da Vinci Si® foi utilizado em quase todos os procedimentos (86 / 95,6%). Quanto ao tempo dispendido nas etapas dos procedimentos, averiguou-se que o preparo da sala teve média de 31,2 minutos (min), o preparo do robô 15,3 min e o posicionamento do paciente apresentou média de 15,8 min. Os pacientes permaneceram em sala operatória 289 min, me média, e o tempo de anestesia foi de 267 min. Referente ao docking (aproximação) do robô, o tempo mínimo foi de 2 min, com máximo de 15 min, média de 7,0 min e desvio padrão de 3,2. O tempo gasto no undocking (afastamento) do robô não foi elucidado nos resultados, pois não ocorreu variação significativa para desalocá-lo. Devido à diversidade dos procedimentos, a média de tempo dos cirurgiões no console, foi de 154,4 min, com desvio padrão de 73,9.

Conclusões

O adequado planejamento de um cuidado assistencial eficaz no âmbito cirúrgico, requer constante aprimoramento e atualização da equipe de enfermagem no que compete à inserção de novas tecnologias, como a cirurgia robótica. A caracterização das pacientes, compreendendo-as em sua totalidade, em conjunto com o aperfeiçoamento de habilidades, norteia esta assistência segura e resolutiva.

Palavras-chaves

Procedimentos cirúrgicos robóticos. Centros cirúrgicos. Planejamento assistencial seguro. Cirurgias robóticas ginecológicas.

Referências

- Almeida ES, Carvalho R. Tecnologia robótica no centro cirúrgico: atribuições da equipe de enfermagem. São Paulo: Cartago Editorial; 2020. 92p.
- Association of periOperative Registered Nurses (AORN). Guideline for minimally invasive surgery: In: Guidelines for Perioperative Practices. 2017 ed. Denver, CO: AORN 2017; 629-57.
- Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização (SOBECC). Diretrizes de práticas em enfermagem perioperatória e processamento de produtos para saúde. 8ªed. São Paulo: SOBECC / Andreoli; 2021.