Dados do Trabalho

Título

RELÓGIO DA ERGONOMIA: UMA INOVAÇÃO PARA A CME

Introdução

A Central de Material e Esterilização (CME), é um setor complexo do hospital, devido aos riscos químicos, físicos, mecânicos, biológicos e ergonômicos. Esse local, está associado a riscos ergonômicos, como levantamento e transporte manual de peso, monotonia ou ritmos intensos no serviço. Estes ambientes, podem ser beneficiados com a prática da Ginástica Laboral (GL) ou Pausas Ativas, que são realizadas a fim de minimizar o sedentarismo e doenças ocupacionais. Esta preparação musculoesquelética, pode ser distribuída em ginástica preparatória, realizada no início do expediente, e ginástica compensatória ou de pausa, realizada nos intervalos e ao término da jornada, nesse contexto a utilização de tecnologias leves podem auxiliar a minimizar esses efeitos, tornando o trabalho mais humanizado.

Objetivo

O objetivo foi construir e implementar o modelo de relógio para auxiliar a realização de pausas ativas, uma vez que estas devem possuir horários e frequências sistematizadas, durante a jornada de trabalho na CME.

Método

Trata-se de um relato de experiência de enfermeiros de uma CME de Hospital Escola de grande porte no município de Curitiba (PR), a partir da construção e implementação de relógio para auxiliar a realização de pausas ativas.
O relógio foi planejado a partir do modelo do relógio de mudanças de decúbito comumente utilizadas em Unidade de Terapia Intensiva. A partir do modelo, foram realizadas reuniões entre um fisioterapeuta especialista em ergonomia e os enfermeiros da CME. Nessas reuniões foram apresentadas as atividades realizadas em cada posto de trabalho e as principais queixas relatadas pelos trabalhadores. Nesse contexto, foi construído um modelo de relógio para avaliação. Os enfermeiros foram treinados de forma a realizar as atividades com segurança.
Para implementação, construiu-se inicialmente um relógio com 3 momentos de pausas, com exercícios específicos. Para a hora 0, propôs-se atividade de 2 minutos, onde os trabalhadores realizam uma caminhada no setor, movimentando braços, pernas e cabeça de forma aleatória e alternada. Para hora 2 foi proposta atividade de 5 minutos, focado em movimentos de cabeça, ombro, punhos e mãos. Na hora 4, optou-se por movimentos de ombro, coluna e pernas. A implementação do relógio foi avaliada durante o mês de abril e maio de 2022

Resultados

Foram identificados alguns pontos que indicaram a necessidade de adequação do planejamento inicial. Para hora 0, observou-se a dificuldade relacionada aos diferentes horários de chegada da equipe, dificultando adesão total para início da atividade. Para hora 2, a dificuldade foi relacionada ao posto de trabalho expurgo devido ao uso de EPIs específicos deste local que não podem ser retiradas no momento da atividade. Na hora 4, as dificuldades também são relacionadas à reunião dos membros da equipe, uma vez que a rotina e o ritmo de trabalho se diferencia consideravelmente nos diferentes postos de trabalho do CME.
Após a experiência da implementação, observou-se que o estabelecimento de duas pausas ativas após o início da jornada, inviabiliza a atividade. Dessa forma, optou-se por realizar a atividade na hora 0 e uma pausa ativa na hora 3 para compensação musculoesquelética, facilitando a adesão de forma efetiva.

Conclusões

O estabelecimento de pausas ativas na jornada de trabalho no CME, traz benefícios tanto para os trabalhadores, prevenindo doenças osteomusculares e psicocognitivas, quanto para a instituição, melhorando a qualidade e a quantidade da produção.

Palavras-chaves

Centro de Esterilização, Ergonomia, Educação em Saúde

Referências

VERONESI J. R., Jr. Fisioterapia do Trabalho: Cuidando da Saúde Funcional do Trabalhador. São Paulo, Andreoli, 2014.
MENDES, A. Ricardo; LEITE, Neiva. Ginástica Laboral: Princípios e aplicações práticas. São Paulo: Manole, 2004.