Dados do Trabalho

Título

Cenário de simulação realística de Enfermaria Cirúrgica para o ensino durante a pandemia COVID-19

Introdução

A simulação tem constituído uma importante estratégia de ensino nos cursos da área da saúde, que possibilita proximidade prática, reflexiva e ética na aquisição e desenvolvimento de conhecimentos e competências pelos alunos. Durante a pandemia de COVID-19, houve a impossibilidade da implementação dos estágios clínicos frente às restrições epidemiológicas e a simulação de alta fidelidade constituiu uma estratégia pedagógica inovadora e segura no processo de ensino-aprendizagem dos graduandos de enfermagem, sobre a assistência de enfermagem na Enfermaria Cirúrgica.

Objetivo

Relatar a experiência sobre a construção, validação e implementação de um cenário clínico de alta fidelidade de uma Enfermaria Cirúrgica, para o ensino de graduandos de enfermagem do terceiro e quarto ano, por meio da estratégia de simulação de alta fidelidade.

Método

Trata-se de um relato de experiência, da disciplina de Enfermagem Perioperatória, que utilizou a estratégia de simulação de alta fidelidade, após a construção e validação do mesmo, para o ensino dos estudantes sobre a assistência de enfermagem na Enfermaria Cirúrgica. O caso clínico apresentado era de um paciente, do sexo masculino, no pós-operatório mediato de uma neurocirurgia, com sinais e sintomas relacionados ao diagnóstico de enfermagem (DE) Dor Aguda. Para a construção do cenário, contextualizando uma unidade do paciente em enfermaria cirúrgica, utilizou-se o manequim de alta fidelidade SimMam® 3G da Laerdal, leito completo com grades, pulseira de identificação, identificação do leito, prontuário do paciente com ficha anestésica, prescrição médica e anotação de enfermagem (com registro da chegada do paciente na enfermaria). Utilizou-se a técnica de moulage para caracterizar o edema periorbital para propiciar a experiência realística, além da instalação de acesso venoso e soroterapia com bomba infusora, cateter vesical de demora e enfaixamento craniano. O cenário foi validado por cinco especialistas na temática. As etapas sequenciais da simulação foram: pré-simulação: aula online sobre a temática, com realização de estudo dirigido pelos alunos; pré-briefing/briefing: orientações sobre o ambiente simulado e seus recursos; execução da simulação e debriefing oral, orientado por um facilitador.

Resultados

Realizou-se a validação do cenário com especialistas e, posteriormente, com os graduandos de enfermagem. Na simulação de alta fidelidade, espera-se que graduando seja capaz de identificar as alterações das necessidades humanas básicas e possa tomar decisões com autonomia sobre as intervenções de enfermagem adequadas ao DE identificado. No caso, esperava-se que os graduandos interagissem com o paciente, identificassem o DE Dor Aguda, avaliassem a dor em relação à localização, intensidade, ao início/duração, à frequência, à gravidade e aos fatores precipitantes, verificassem a prescrição médica e tomassem a decisão de administrar analgésico, além de instituir medidas não farmacológicas para o controle da dor. Observou-se que os estudantes de enfermagem, durante a atividade de simulação, apresentaram segurança na avaliação das necessidades humanas básicas e maior autonomia na tomada de decisão assertiva diante das alterações identificadas.

Conclusões

A Simulação de Alta Fidelidade constitui uma estratégia de ensino inovadora na formação dos estudantes de enfermagem, que fortaleceu a prática pedagógica. Durante a pandemia foi importante para o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e competências dos estudantes, favorecendo o desenvolvimento de sua maior autonomia para a assistência de enfermagem ao paciente no pós-operatório mediato.

Palavras-chaves

Assistência Perioperatória; Estudantes; Enfermagem; Competência clínica; Prática Simulada.

Referências

Melo MCB, Liu PMF, Magalhães AMPB et al. A simulação no ensino da Graduação. In: Scalabrini-Neto A, Fonseca AS, Brandão CFS. Simulação realística e habilidades na saúde. Rio de Janeiro: Atheneu, 2017.
INACSL Standards Committee. INACSL standards of best practice: simulationSM simulation design. Clin Simul Nurs [Internet]. 2016, 12 (S):S5-S12. Dispinível em: https://www.nursingsimulation.org/article/S1876-1399%2816%2930126-8/fulltext