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2° Congresso Internacional do GRAACC

Dados do Trabalho


Título

Os efeitos colaterais do uso de inibidores de BRAF e MEK na população pediátrica.

Introdução

A proteína quinase ativada por mitógeno (MAPK) é responsável pelo crescimento normal das células, no entanto mutações somáticas interrompem esta regulação. Uma dessas mutações é o BRAFV600E presente em até 17% dos gliomas de baixo grau, independentemente da localização, e em até 10% dos gliomas de alto grau, este predominantemente cortical. Nota-se que os tumores com esta mutação têm alto potencial de transformação maligna a partir de lesões de baixo grau, acarretando prognósticos ruins principalmente quando há resseção incompleta ou difícil localização. O Dabrafenibe é uma quinase RAF inibidora seletiva das enzimas mutantes da BRAF V600E. O Trametinib é um inibidor da atividade da via quinase e da ativação da quinase 1 (MEK1) e MEK2. Estes inibidores mostram boas respostas em pacientes adultos portadores de neoplasias com esta mutação, usados em monoterapia ou associados. O uso dos inibidores na população pediátrica portadora da mutação BRAFV600 ainda é pequeno, porém há relatos promissores, sendo sua toxicidade diferente do que as terapias convencionais, sua tolerância é aceitável e com baixa incidência de eventos adversos graves.

Objetivo

Mostrar os efeitos colaterais do tratamento com dabrafenibe, trametinibe ou sua associação na população pediátrica de um serviço especializado em Oncologia Pediátrica.

Método

Trata-se um estudo transversal, retrospectivo e quantitativo, realizado por meio da coleta dos dados registrados nos prontuários dos pacientes.

Resultados

Foram enumerados 12 pacientes em uso de inibidores de BRAF e MEK, todos com diagnósticos de tumores do sistema nervoso central. Entre eles 7 estavam uso de Dabrafenibe associado com Trametinibe, 4 em uso de Trametinibe e 1 com Dabrafenibe. Entre os efeitos colaterais o mais comum foi as reações de pele com lesões acneformes e prurido, atingindo 41,6%, sendo que os mais afetados foram os pacientes em uso de Trametinibe. Outros efeitos de menor frequência foram paroníquia, febre sem causa definida, diarreia, pneumonia química e síndrome metabólica. Neste grupo 16,6% precisaram realizar redução de dose da medicação devido a gravidade dos efeitos colaterais. Contudo 25% dos pacientes não apresentaram nenhum tipo de efeito colateral e estavam em uso da associação dos dois fármacos.

Conclusão

Entender os efeitos colaterais associados ao uso dessa terapia é essencial para realizar uma assistência efetiva por meio da orientação e prevenção dessas complicações, diminuindo o risco de redução de doses ou até mesmo interrupção do tratamento.

Área

Neuro-oncologia

Categoria

Categoria Enfermagem

Autores

ESTER LEONARDO ROCHA, ANDREA MARIA CAPELLANO, DANIELA BARBOSA ALMEIDA, JÉSSICA BENIGNO RODRIGUES, MILENA REIS SANTOS OLIVEIRA, NATALIA DASSI, NASJLA SABA