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2° Congresso Internacional do GRAACC

Dados do Trabalho


Título

Terapia alvo com trióxido de arsênico e o ácido trans-retinoico na leucemia mieloide promielocítica aguda na Pediatria: A experiência e cuidados da enfermagem nas peculiaridades na administração e manejo

Introdução

A leucemia promielocítica aguda (LPA) é um subtipo raro e curável de leucemia mieloide aguda na infância, representando de 5% a 10% dos casos. Nas últimas décadas, a terapia alvo exclusiva, com ácido trans-retinóico (Atra) e do trióxido de arsênico (ATO) no grupo de baixo risco, com leucometria inferior a 10.000/mm², proporcionou a redução da mielotoxicidade inerente à quimioterapia clássica, com menor risco de morte indutoria. Contudo, no manejo das terapias alvo, em especial ATO, a enfermagem tem um papel fundamental no reconhecimento dos efeitos colaterais e das possíveis complicações durante o tratamento. A síndrome de diferenciação e pseudotumor cerebral são complicações dose limitantes à terapia alvo e necessitam de reconhecimento precoce. O ATO está relacionado ao intervalo QT prolongado, assim como náuseas, fadiga, hipocalemia e hipomagnesemia.

Objetivo

Descrever a experiência da enfermagem na infusão inclusive ambulatorial do ATO e na administração do ATRA.

Método

Estudo retrospectivo, descritivo, de revisão de prontuários, em um centro de referência em oncologia pediátrica.

Resultados

Com a incorporação do ATO no regime de 1º linha, 5 pacientes, foram submetidos à terapia alvo combinada, no período de 2022 a 2024, porém 3 deles de alto risco com acréscimo de antracíclico na indução. Houve necessidade de interrupção do ATO pelas seguintes causas: distúrbio eletrolítico (n=2); prolongamento do intervalo QTc (n=1). Mais raramente com ATO, 2 pacientes apresentaram náuseas e vômitos grau 3 CTCAE. Em relação aos efeitos adversos graves, apresentaram a síndrome de diferenciação e pseudotumor cerebral (n=2). Houve aderência a terapia com ATRA na amostra. É necessário a enfermagem ter domínio sobre os cuidados de infusão com ATO, realizando o controle dos eletrolitos e ECG pré administração para uma infusão segura ao paciente e reconhecimento precoce dos sinais e sintomas das possivies complicações, para sinalização da intervenção imediata. Da amostra, 4 pacientes não apresentram cardiotoxicidade no término do tratamento. O plano de orientações aos familiares das possiveis reações e os efeitos colaterais também é fundamental.

Conclusão

Além do amplo domínio das peculiaridades do ATO e ATRA, o desenvolvimento educacional dos pacientes/familiares é fundamental na prática clínica da enfermagem oncológica, promovendo a identificação e o abordagem precoce dos sintomas.

Área

Enfermagem

Categoria

Categoria Enfermagem

Autores

Nancy Silva Santos, Ana Virginia Lopes Sousa, Keli Cristina Gonçalves Amaro, Barbara Pinto Nasr