WhatsApp
2° Congresso Internacional do GRAACC

Dados do Trabalho


Título

Coorte de pacientes portadores de neuroblastoma de alto risco submetidos a Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas (TCTH) em Hospital do sul do país.

Introdução

O neuroblastoma é o terceiro câncer infantil mais comum. Apresenta mortalidade de 50% nos casos de alto risco, apesar do tratamento incluir quimioterapia, cirurgia, altas doses de quimioterapia com TCTH, radio e imunoterapia.

Objetivo

Avaliar a experiência no tratamento do neuroblastoma de alto risco após o TCTH, descrevendo o perfil epidemiológico, regimes de condicionamento, complicações e mortalidade.

Método

Estudo de coorte histórica. Foi realizada a coleta de dados de um hospital de oncologia pediátrica no sul do Brasil, com inclusão de 99 pacientes com neuroblastoma de alto risco que realizaram TCTH com idade entre 0 e 18 anos no período de 01/2004 a 02/2024. Foi utilizado o SPSS 18.

Resultados

A idade média ao diagnóstico foi de 42 meses, 61% era do sexo masculino e a localização mais frequente do tumor primário foi a adrenal (70%). Foi encontrada associação com óbito para metástase em medula óssea (x2=7,2; p=0,007), presente em 60%, e em ossos (x2=11,1; p<0,001), presente em 57%. Informação referente ao gene MYCN foi obtida em 50% da amostra, com amplificação em 38% destes, sem associação com óbito. Sobre tratamento pós TCTH, 79% realizaram radioterapia no tumor primário e 16% nas metástases; 95% utilizaram isotretinoína; e 9% MIBG terapêutico, sem associação dessas terapias com óbito. Identificou-se que em 45% dos casos o regime de condicionamento foi Melfalano, Etoposide e Carboplatina (MEC); em 43% foi Bussulfano e Melfalano (BuMel) endovenoso (EV); e em 10% foi BuMel via oral. A média de enxertia de neutrófilos foi de 17 dias e de plaquetas, 22 dias. Após comparações pareadas, evidenciou-se diferença no tempo de enxertia de plaquetas entre o grupo MEC e o BuMel EV (p=0,049), com tempo menor no primeiro grupo; não houve diferença dos neutrófilos. As complicações pós-TCTH mais graves, como insuficiência respiratória com uso de ventilação mecânica, síndrome de obstrução sinusoidal hepática (SOS) e necessidade de diálise, ocorreram em 14% dos pacientes, sendo SOS a mais frequente. A mortalidade do grupo foi de 55%.

Conclusão

Os pacientes da análise fazem parte de um estudo multicêntrico em andamento. Os dados epidemiológicos e associações encontradas corroboram informações da literatura. Identificou-se que o tipo de condicionamento pode ter relação com tempo de enxertia. A avaliação do MYCN foi disponível em metade dos pacientes e apenas 9% receberam MIBG terapêutico, o que traduz a importância de disponibilizar estes procedimentos para todos pacientes e assim obter melhores desfechos.

Área

Transplante de células tronco hematopoiéticas

Categoria

Categoria Médico

Autores

Julia Cachafeiro Requia, Lauro José Gregianin, Gabriella Sityá Moojen da Silveira, Lais Pereira Lopes, Lucas Mariano Pinheiro, Helen Sabrina Grisostre, Julie Francine Cerutti Santos