Dados do Trabalho

Título

Alta sensibilidade na investigação do quimerismo utilizando STR´s através da eletroforese capilar

Introdução

A análise de quimerismo é a metodologia utilizada para monitorar o perfil genético da linhagem hematopoiética de pacientes submetidos ao transplante de células tronco hematopoiética (TCTH) alogênico. STR's (short tandem repeats), são sequências repetitivas e altamente polimórficas, que estabelece um perfil para cada indivíduo e determinar se existe quimerismo mesmo em uma quantidade mínima de células. O quimerismo pós TCTH pode ser classificado como: quimerismo completo (QC), é detectado apenas o perfil genético do doador, quimerismo misto (QM) são detectados alelos do doador e receptor e falha de pega, é detectado apenas o perfil do receptor pós TCTH. STR (short tandem repeats) são sequencias dispersas no genoma humano, altamente polimórficas que determinam uma grande variabilidade entre os indivíduos.

Objetivo

Monitorar e quantificar o quimerismo misto em diversas amostras de DNA dos pacientes submetidos ao TCTH.

Método

O monitoramento do quimerismo é realizado em amostras de DNA dos pacientes pós TCTH, através da amplificação simultânea de 24 loci de STR por PCR (reação em cadeia da polimerase) e eletroforese capilar.

Resultados

DNA de 327 pacientes, 87 (26%) doenças hematológicas e 240(74%) neoplasias hematológicas foram avaliadas de novembro de 2017 até março 2024. 249 (76%) pacientes permanecem em acompanhamento e 78 (24%) morreram, 45(60%) por recidiva da doença. No grupo das recidivas por LLA, 12(40%) apresentaram QM e 2 (6%) perda do enxerto. No grupo de pacientes com LMA 11(84%) apresentaram QM e 2(16%) QC na última avaliação. 84 pacientes com doenças hematológicas seguem em acompanhamento, 63(75%) QC e 21(25%) QM. 165 pacientes com doenças neoplásicas, 159(96%) QC e 6(4%) QM. Dois pacientes com QM realizaram o TCTH há mais de cinco anos, realizaram DLI (infusão de linfócitos do doador) no decorrer desse período e permanecem com QM. Um paciente apresenta QM inferior a 2% de células autólogas há 2 anos. Os demais pacientes com QM realizaram o TCTH a menos de 6 meses.

Conclusão

A repopulação por células autólogas saudáveis é observada com maior frequência nos pacientes pós TCTH de doenças hematológicas, porém ocorre também em pacientes de neoplasias. A análise por STR utilizando estratégia de eletroforese capilar é a metodologia padrão ouro no monitoramento do quimerismo. A alta sensibilidade e especificidade, viabiliza a detecção de um perfil misto em porcentagens mínimas, o que contribui para um melhor controle e acompanhamento do tratamento pós TCTH.