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2° Congresso Internacional do GRAACC

Dados do Trabalho


Título

O impacto da incorporação da imunoterapia no regime terapêutico de 1ª linha para LLA B extremo alto risco na infância - Experiência do GRAACC

Introdução

Blinatumomabe, anticorpo monoclonal bi-específico CD3/CD19, é uma excelente estratégia terapêutica, como bridge para transplante com células tronco hematopoiéticas (TCTH) em leucemia linfoblástica aguda (LLA) B, recidivada/refratária. Há evidências de sua eficácia na negativação de doença residual mínima (DRM), para LLA-B alto risco (AR) pela idade e leucometria, ou lenta velocidade de resposta pela DRM, sem a toxicidade inerente à quimioterapia (QT) e maior sobrevida livre de doença após TCTH.

Objetivo

Descrevemos a experiência da incorporação do Blinatumomabe, na dose de 15 mcg/m²/dia, por 28 dias, como terapia de intensificação , em 1ª linha para pacientes com LLA AR, SNC 1, e DRM positiva por citometria de fluxo (CF), ao término da indução, denominado D49, no protocolo GBTLI LLA 2021.

Método

Caso 1: Menino, 13 anos, com LLA-B com rearranjo do gene IGH, provável LLA Ph-like, com DRM de 35% no D19, e DRM 0,05% no D49, com graves infecções inerentes à mielotoxicidade. Iniciou a fase de consolidação com MTX altas doses (HD) e após 2 ciclos, manteve DRM de 0,06%. Pelas toxicidades associadas à QT, o paciente foi elegível para intensificação com Blinatumomabe, no grupo de extremo alto risco (EAR). Alcançou DRM < 0,01%, e seguiu para TCTH aparentado, em 1ª remissão. Caso 2: Menina, 7 anos, LLA-B com mutação KRAS, em remissão morfológica no D19, porém com DRM > 1%, e no D49, com DRM 0,16%. Após a fase de consolidação, pela persistência de DRM de 0,15%, foi estratificada para grupo de EAR. Após 1º ciclo de Blinatumomabe, com DRM < 0,01%, seguiu para TCTH aparentado. Caso 3: Menina, 5 anos, com LLA-B rearranjo BCR::ABL1, apresentando-se com DRM de 1,3%, ao final da indução. Após a fase de consolidação com MTX HD, com DRM persistente de 0,6%, reclassificada como EAR.

Resultados

Houve negativação da DRM, após o 1ª ciclo de Blinatumomabe, em planejamento de TCTH haploidêntico. Os pacientes não apresentaram síndrome de liberação de citocinas e/ou neurotoxicidade, e receberam Blinatumomabe, em infusão ambulatorial, a partir do 9º dia do ciclo, com DRM negativa após 14 dias de anti-CD19. Encontram-se sem doença ou comorbidades graves após TCTH.

Conclusão

O advento de imunoterapia precoce, como esquema de intensificação, em 1ª linha, para LLA , em substituição aos esquemas clássicos de QT em altas doses, possibilita DRM negativa pré TCTH, com melhor performance dos pacientes, menor risco de mielotoxicidade grave e suas comorbidades, e alcance de sobrevida global com qualidade de vida.

Área

Leucemia e/ou linfoma

Categoria

Categoria Médico

Autores

Isabella Sant'Anna, MARIA ESTELA SHIROMA, VIVIANE FORISTIERI, BARBARA NASR, ANA VIRGINIA LOPES DE SOUSA, NANCY DA SILVA SANTOS, FAGNER DOS SANTOS MIRANDA, EDUARDO LADEIA LEAL, FLAVIA BORELLI GOMES NASCIMENTO, KELI CRISTINA GONCALVES AMARO, LAIS LIMA QUINTINO, MARIA GABRIELA ALVES DIAS MATOS, LUCIANA DOS SANTOS DOMINGUES, ROSEANE VANCONCELOS GOUVEIA, GUSTAVO ZAMPERLINI, CINTIA MONTEIRO LUSTOSA, ADRIANE DA SILVA SANTOS, ADRIANA SEBER