Dados do Trabalho

Título

Dados clínicos e epidemiológicos de adolescentes e adultos jovens com câncer tratados em hospital brasileiro de alta complexidade

Introdução

Adolescentes e adultos jovens ( Adolescentes and Young Adult - AYA ) com câncer possuem características clínicas , psicossociais e biológicas semelhantes que devem ser consideradas na escolha do tratamento e seguimento a longo prazo. Dados compilados de 28 países europeus, referentes ao ano de 2020, mostraram 112 mil casos de câncer na faixa etária de 15 a 39 anos, correspondendo a 5% de todos os cânceres diagnosticados no continente. A estimativa do SEER ( Surveillance, Epidemiology and End Results Program ) para 2023 foi de 85.890 casos de câncer nessa faixa etária nos Estados Unidos, correspondendo a 4,3% do total. Poucos são os estudos mostrando dados epidemiológicos dessa população na América Latina, incluindo o Brasil

Objetivo

Analisar, descritiva e retrospectivamente, dados dos pacientes AYA com câncer tratados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP - Ribeirão Preto, no período de 01 de janeiro de 2018 a 31 de dezembro de 2022

Método

Análise do prontuário dos pacientes com idade entre 15 e 39 anos ao diagnóstico, inseridos no Registro Hospitalar de Câncer do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP - Ribeirão Preto, no período de 01 de janeiro de 2018 a 31 de dezembro de 2022

Resultados

O total de 672 pacientes diagnosticados com câncer no período tinha entre 15 e 39 anos de idade ao diagnóstico (51 pacientes entre 15 a 19 anos, 203 pacientes entre 20 a 29 anos e 419 pacientes entre 30 a 39 anos), correspondendo a 7,15% do total de casos . Houve um predomínio do sexo feminino (61,5%). Linfomas, carcinomas mamários, neoplasias cervicais e tireoidianas foram nessa ordem as neoplasias mais frequentemente diagnosticadas. A taxa de recidiva desses pacientes foi de 28,8% , e mortalidade de 21,6%

Conclusão

A despeito da literatura disponível quase sempre referir-se a estudos de base populacional, nosso estudo realizado em um hospital universitário mostra dados coerentes e próximos dos já registrados, e oferece uma perspectiva sobre a epidemiologia da população AYA no Brasil . Futuros estudos epidemiológicos, tanto no Brasil quanto na América Latina, são necessários para conhecer e tratar essa população de modo individualizado, buscando melhores taxas de cura e sobrevida