39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

RESULTADOS POS-OPERATORIOS DA LINFADENECTOMIA RETROPERITONEAL APOS QUIMIOTERAPIA PARA NEOPLASIA DE TESTICULO

Introdução e Objetivo

Os tumores germinativos do testículo constituem uma das principais neoplasias de órgãos sólidos em homens com pico de incidência entre 25 e 35 anos, e quando diagnosticados precocemente e realizado tratamento adequado, possui baixo índice de mortalidade. O acometimento linfonodal retroperitoneal é frequente nos tumores não seminomatosos mesmo em estadio inicial, podendo ocorrer em até 30%, sendo a quimioterapia (QT) a primeira linha de tratamento e com boa resposta. Devido a intensa reação desmoplásica associada a massa tumoral pós-QT, quando indicada, a linfadenectomia retroperitoneal se mostra uma cirurgia desafiadora. O objetivo do estudo é avaliar os resultados pós-operatórios dos pacientes submetidos a linfadenectomia retroperitoneal pós-QT nas neoplasias de testículo, considerando a experiência de 19 anos de um centro terciário.

Método

Trata-se de estudo retrospectivo, mediante analise de prontuário, das características pós-operatórias dos pacientes submetidos à linfadenectomia retroperitoneal pós-QT para tratamento de neoplasia de testículo neste serviço.

Resultados

Durante o período analisado, verificou-se 16 linfadenectomias retroperitoneais em 15 pacientes (média 30 anos) com tratamento de massas residuais pós-QT, sendo 62% em estádio II. O esquema BEP (bleomicina, etoposídeo e cisplatina) foi o padrão para 66%, e 94% tinha marcadores tumorais negativos após. Em 60% dos casos, houve complicações cirúrgicas graves, tais como: lesões de veia cava, necessidade de nefrectomia, secção inadvertida de ureter, secção inadvertida de nervo obturatório direito e lesão de alça intestinal, porém não houve nenhum caso de óbito no transoperatório, e nem no pós-operatório precoce. Uma complicação tardia evidenciada: parestesia e tetraplegia no pós-operatório imediato, havendo remissão completa após 90 dias, permanecendo somente com claudicação leve de membro inferior direito. Análise histopatológica pós-operatória: 56% de teratoma imaturo, 25% de teratoma maduro, e 12,5% de carcinoma embrionário. Uma re-linfadenectomia retroperitoneal foi realizada após identificação de nova lesão de 3cm em paciente acompanhado, tendo apresentado hemorragia intra-operatória estimada em 1800ml, e histopatológico da peça cirúrgica evidenciando leiomioma.

Conclusão

A linfadenectomia retroperitoneal continua o padrão para tratamento de massas retroperitoneais pós-QT. Não houve óbitos nesta análise, a despeito das complicações graves. Teratoma imaturo foi o histopatológico pós-operatório predominante.

Área

Uro-Oncologia

Instituições

Hospital Universitário de Brasília - Distrito Federal - Brasil

Autores

MARIO BEZERRA DA TRINDADE NETTO, PEDRO RINCON CINTRA CRUZ, FRANSBER RONDINELLE ARAÚJO RODRIGUES, LUIZ ANGELO DE MONTALVÃO MARTINS, SAVIO ARLINDO COELHO BARBOSA, VICTOR CORDEIRO MURAD, SARAH ROCHA STABILE PATROCÍNIO, PEDRO GUILHERME MENDONÇA CARAPITO, VITOR PAIVA PIRES, EDUARDO CARVALHO RIBEIRO