TRATAMENTO PRESERVADOR DO FALO NO TRATAMENTO DO CÂNCER DE PÊNIS
Introdução
O câncer de pênis, apesar de raro em muitos países do mundo, é uma doença comum no brasil, onde sua incidência alcança 2.9 - 6.8/100,000 habitantes. As amputações penianas, totais ou parciais, são o tratamento classicamente estabelecido para os casos de doença localizada. Apesar do sucesso oncológico, estes tratamentos estão associados a grande impacto na qualidade de vida dos pacientes amputados. Atualmente diversas modalidades de tratamento preservador são propostas, entre elas: ablação com Laser CO2 e Nd:YAG (neodymium:yttrium-aluminum-garnet), cirurgia de Mohs, Fototerapia dinâmica, tratamento tópico com 5-fu (5-fluoracil) ou imiquimod 5%, deseptelização da glande, glandectomia, radioterapia e amputação parcial ou total. (4).
Não existe um tratamento padrão ouro que possa ser aplicado a todos os casos.
Objetivo
Avaliar o risco de sub-estadiamento no diagnostico inicial e tratamento minimamente invasivo associado ao câncer de pênis localizado.
Método
Realizamos revisão de prontuários de pacientes tratados no Hospital Universitário Pedro Ernesto entre 2010 e 2017, que foram submetidos a desepitelização ou glandectomia seguidos de enxerto de pele. Foram avaliados os seguintes aspectos: comparação entre os resultados histopatológicos da biópsia pré-cirúrgica (quando realizada) e o resultado final da peça cirúrgica e a ocorrências de margens positivas após tratamento cirúrgico voltado a doença supostamente superficial.
Foram incluídos todos os pacientes submetidos à desepitelização ou glandectomia total seguido de enxerto de pele. Foram excluídos os casos onde a biópsia incisional pré-operatória não foi realizada.
Resultados
Ao todo, 35 pacientes foram submetidos a deseptelização ou glandectomia (total/parcial) seguidos de reconstrução primária com enxertia de epiderme entre 2010 e 2017.
Confrontando os diagnósticos definitivos com a biópsia incisional pré-operatória, ocorreram 05/35 (14.2%) casos de sub-estadiamento. Além destes, 01 caso com margem profunda comprometida, a despeito de um diagnóstico inicial de doença superficial.
Conclusão
O tratamento minimamente invasivo deve ser incentivado, mas considerações oncológicas não devem ser negligenciadas. O risco de sub-estadiamento não deve ser desconsiderado e no caso de tratamentos minimamente invasivos que não acessem o histopatológico de forma segura, acompanhamento rígido e novas biópsias devem ser incentivados.
cancer de penis;
Trauma / Uretra / Urologia Reconstrutora
UERJ - Rio de Janeiro - Brasil
Miguel de Oliveira Osta, Eloisio Alexsandro da Silva, Thales Mendes Miranda, Caio Henrique Lucio Carrasco, Luiz Augusto felicio Westinn, Ronaldo Damiao