IMPORTANCIA DA ELETROMIOGRAFIA DO ASSOALHO PELVICO NA INTERPRETAÇAO DA UROFLUXOMETRIA
INTRODUÇÃO: Urofluxometria é importante para a avaliação e manejo de crianças com sintomas do trato urinário inferior. Quando associada à eletromiografia do assoalho pélvico (EMGAP), pode também ajudar a avaliar a contração esfincteriana durante a micção. Em pesquisa recente, descobrimos que 45% dos profissionais de saúde nunca usam EMGAP ao fazer uroflowmetria. Este estudo tem como objetivo avaliar se a EMGAP pode alterar os resultados da fluxometria em curvas em sino.
MÉTODOS: Foram avaliadas 1523 curvas de fluxo de urina. Destas, apenas curvas contínuas em forma de sino com um índice de fluxo entre 0,74 a 1,25 em adolescentes entre 12 e 20 anos de idade foram incluidas. 385 mulheres e 87 homens preencheram os critérios. Aqueles com atividade EMGAP compuseram o grupo de estudo e os sem PFEMG, o grupo controle. Os dados dos parâmetros do fluxo foram comparados entre aqueles com e sem EMGAP. O teste t de Student e a análise de Mann-Whitney foram usados para comparação de grupos. Um intervalo de confiança de 95% foi usado para significância.
RESULTADOS: A idade média foi de 14,8 ± 2,9 anos para as meninas e 15,47 para os meninos e foi semelhante entre os grupos. Para as mulheres, não houve diferença em Qmax (p=0,534) e Tempo p/ Qmax (p = 0,825). Uma diferença significativa foi observada em Qave (p=0,014) e volume residual (p <0,012), com aqueles apresentando EMGAP com Qave menor e com volume menor. Qmax FI foi maior naqueles com EMGAP (p <0,001), enquanto Qave FI foi semelhante (p=0,073). Meninos adolescentes EMGAP não apresentaram diferença estatisticamente significante entre Qmax, Qavg, TTQmax, volume urinado e resíduo pós-miccional, Qmáx FI e Qavg IF. Quando o tempo de latência foi medido, houve uma diferença na idade observada (15,06 vs 17,21 p <0,007) com os pacientes mais velhos com tempos de latência mais longos. Todos os outros parâmetros não apresentaram diferenças.
CONCLUSÃO: Os dados aqui apresentados demonstram que o uso da EMG do assoalho pélvico é importante no desenvolvimento de nomogramas e padronização de parâmetros para definição de micção normal em todas as pacientes do sexo feminino. Adolescentes do sexo feminino com fluxo contínuo têm fluxo média mais alto e volumes menores, e Qmax FI alto se tiverem EMGAP, o que pode ser explicado pela dissinergia do esfíncter externo, que pode não ser reconhecida caso EMGAP não for obtida. Ao contrário das mulheres, não houve diferença nas características de fluxo para as curvas de sino dos meninos.
Fluxometria; LUTS; Assoalho Pelvico; Eletromiografia; Criança
Urologia Pediátrica
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) - Minas Gerais - Brasil, Yale University - - United States
Jose Murillo B Netto, Sarah Lambert, Therese Collett-Gardere, Katlyn Murphy, Adam Hittelman, Israel Franco