CORREÇAO DE INCONTINENCIA URINARIA POS PROSTATECTOMIA COM ARGUS-T: NUANCES TECNICOS E RESULTADOS DE SEGUIMENTO
Introdução:
A incontinência urinária pós prostatectomia é a complicação mais temida dessa cirurgia. 5 a 10% dos pacientes submetidos a prostatectomia radical procuram tratamento por incontinência pós operatória; a mesma ocorre em 1% dos pacientes tratados cirurgicamente para hiperplasia prostática benigna. É dividida quanto à etiologia em causa vesical(10%), combinada(30%) e insuficiência esfincteriana(60%). Existem diversos dispositivos, com diferentes métodos de ação, para o tratamento da incontinência masculina pós prostatectomia; dentre eles o Argus T, objeto de discussão deste trabalho.
Objetivos:
Demonstrar detalhes técnicos intra operatórios da aplicação do dispositivo Argus T e nossos resultados no seguimento pós operatório de 14 casos operados de janeiro de 2017 a abril de 2019.
Métodos:
Demonstraremos em formato de vídeo as etapas da cirurgia, com destaque para algumas especificidades técnicas, e nossos resultados de 14 pacientes operados nos últimos 3 anos.
Foi realizada revisão de prontuários em busca dos dados pré operatórios: idade, tempo pós prostatectomia, fisioterapia, radioterapia, estenose de uretra, quantidade de forros e Pad-Test; e pós operatórios: infecção de ferida, erosão de componentes, retenção, manutenção da incontinência, número de forros e reajuste.
Resultados:
Nenhum dos pacientes teve infecção de ferida operatória, erosão de componentes ou retenção. Dos quatorze pacientes, nove(64%) ficaram secos após a cirurgia. Dois(14%) tinham pequenas perdas aos esforços, com necessidade de uso de um absorvente ao sair de casa, mas satisfeitos com o resultado. Totalizando 78% de sucesso objetivo.
Em 3 pacientes(22%) foi necessário reajuste devido manutenção da incontinência, estes ficaram secos após o ajuste.
Dentre os pacientes; 3 foram submetidos a radioterapia para o tratamento do câncer de próstata, em dois deles o ajuste foi necessário.
O Pad-Test pré operatório médio foi de 1078 gramas(420 a 1700g). Dos três pacientes que necessitaram de reajuste, dois tinham Pad Test maior que 1000 gramas.
Conclusão:
Em nossa casuísta, os pacientes com fatores de pior prognóstico, tiveram piores resultado após tratamento. A ajustabilidade do dispositivo permitiu diminuir a taxa de falha.
Nossas taxas de sucesso e necessidade de reajuste são similares aos publicados para este dispositivo; entretanto, provavelmente devido à alguns detalhes técnicos, as taxas de complicações como infecção e erosão são menores.
Incontinência urinária; incontinência masculina; prostatectomia; próstata; sling; uretra.
Uroneurologia / Disfunção Miccionais / Urodinâmica
Santa Casa de São Paulo - São Paulo - Brasil
Rafael Ribeiro Zanotti, Luis Gustavo Morato de Toledo, Roni de Carvalho Fernandes, Celso de Oliveira, Silvio Pires, Pablo Leonardo Traete, Fernanda Monteiro Orellana, Luiz Leitão, Sergio Paolillo, Jorge Ricardo Góis e Cunha