Dados do Trabalho


Título

DESCRIÇAO DA TECNICA CIRURGICA E COMPLICAÇOES DA LINFADENECTOMIA RETROPERITONEAL EXTRA PERITONEAL REALIZADA PARA PACIENTES COM TUMOR DE TESTICULO NO HOSPITAL AMARAL CARVALHO NOS ULTIMOS 15 ANOS

Resumo

INTRODUÇÃO: Os tumores de testículo de células germinativas são diagnosticados em 1 a 2% dos homens, correspondendo a 5% dos tumores urológicos, com maior frequência entre 20 a 40 anos. Apesar da ampla variedade de condutas e da tendência ao seguimento dos pacientes com tumores não seminomatosos em estádios iniciais, após a orquiectomia radical, a linfadenectomia retroperitoneal ainda é uma opção valiosa. A conduta cirúrgica beneficia aqueles com baixo volume de doença retroperitoneal, com taxa de cura próxima aos 70%, sobrevida global similar à quimioterapia e menor taxa de morbidade em curto e longo prazo.
OBJETIVO: Descrever a técnica cirúrgica da linfadenectomia retroperitoenal, com abordagem extra peritoneal, realizada no serviço de urologia do Hospital Amaral Carvalho e suas complicações.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo observacional baseado em revisão dos prontuários dos pacientes submetidos a linfadenectomia retroperitoneal extra peritoneal no Hospital Amaral Carvalho, no período de abril de 2001 a junho de 2016. As complicações cirúrgicas observadas foram agrupadas de acordo com a classificação de Clavien – Dindo.
RESULTADOS: A técnica de acesso ao retroperitoneo via extra peritoneal é realizada com o paciente em decúbito dorsal inclinado a 45 graus, contralateral ao tumor primário (testículo). A incisão é para mediana, estendida até o 11º espaço intercostal ipsilateral (toraco-frenolaparotomia). Realiza se abertura por planos até identificação da fáscia transversal, que é incisada, dando acesso ao envelope peritoneal parietal, delicadamente dissecado e rebatido medialmente, liberando a cavidade retroperitoneal. Após este acesso, libera se o polo renal inferior e dá se início à linfadenectomia propriamente dita, obedecendo ao template padrão (hilo renal à bifurcação aórtica). Quanto ao fechamento, não deixamos drenos.
Em 15 anos, foram identificados 154 pacientes com neoplasias germinativas não seminomatosas submetidos a linfadenectomia. Foram observadas complicações com índice de Clavien – Dindo ≥ III em 7 pacientes (4.5%), dentre elas, ressutura de parede abdominal (2), drenagem de hematomaretroperitoneal (2), hérnia incisional (1), drenagem de linfocele (1) e reimplante ureteral (1).
CONCLUSÃO: A linfadenectomia retroperitoneal ainda é uma boa opção para os tumores de testículos não seminomatosos, sendo a via extra peritoneal segura, aplicável e com baixos índices de complicações.

Palavras Chave ( separado por ; )

tumor de testículo; linfadenectomia retroperitoneal.

Área

Uro-oncologia

Instituições

Hospital Amaral Carvalho - São Paulo - Brasil

Autores

Rafael Parra dos Santos, Leonardo Pereira Tavares, Estevam Fernandes Luna, Carlos Hermann Schaal, Renato Prado Costa, Fernando Cesar Sala, Andre Pereira Vanni, Guilherme de Almeida Prado Costa