ANALISE DOS PARAMETROS CIRURGICOS E LABORATORIAIS DE PACIENTES DOADORES RENAIS DE UM SERVIÇO DE TRANSPLANTES DE CURITIBA-PR
Introdução: O transplante renal é o tratamento de escolha para pacientes com doença renal crônica em estágio final, apresentando melhor custo-benefício, melhor qualidade de vida e maior sobrevida a longo prazo, quando comparado à diálise. Quando feito com doador vivo, mesmo sem relação familiar, e por via laparoscópica, melhores são os prognósticos para o receptor e doador, com menor tempo de internamento e menor morbidade cirúrgica. Redução da taxa de filtração glomerular (TFG) após a cirurgia é uma consequência da doação, mas os riscos a longo prazo permanecem incertos. Todos os doadores devem receber seguimento regular e avaliações rotineiras para o acompanhamento de disfunções pela cirurgia.
Objetivo: Avaliar as variáveis cirúrgicas da nefrectomia videolaparoscópica e o seguimento laboratorial do pós-operatório de pacientes doadores renais de 2007 a 2017 em um serviço de transplante de Curitiba–PR.
Metodologia: Revisão de prontuários para obtenção de dados laboratoriais e relatório cirúrgico dos pacientes. Os resultados foram computados pelo programa Stata.
Resultados: 330 pacientes doaram o rim esquerdo, dos quais 215 eram mulheres (72%). A idade média foi 43,27 anos - idade mínima de 22 anos e máxima de 70. 100 pacientes doaram o rim direito, com 76% sendo do sexo feminino. A idade média foi de 39,9 anos, com idade máxima de 71 anos e idade mínima 21. Dos dados cirúrgicos, o tempo médio de duração da cirurgia foi de 113 minutos para o rim esquerdo e 120,9 minutos para o rim direito, com tempo médio de isquemia de 200 minutos para o rim esquerdo. O volume de sangramento médio foi de 135 e 153 mL por paciente para o rim esquerdo e direito, respectivamente. O principal motivo para doação do rim direito foram anomalias anatômicas (40%), das quais 60% corresponderam a artérias renais esquerdas extranumerárias. Sobre o seguimento, apenas 36% dos pacientes foram às consultas até o 5º ano da doação. A principal alteração após a cirurgia, além da queda significativa da TFG, foi o aumento da pressão arterial em pacientes previamente normotensos.
Conclusões: Dada a importância do transplante renal, identificar e trabalhar sobre os fatores que definem o prognóstico do doador é de extrema relevância, visando diminuir o tempo de internação hospitalar e suas complicações. Otimizar o follow up clínico é um dos pilares para facilitar a identificação e manejo de complicações a curto e longo prazo nesses pacientes após a cirurgia.
Transplante Renal; Nefrectomia; Videolaparoscopia; Follow-up; Doadores
Transplante Renal / Miscelânea
Hospital Universitário Cajuru - Paraná - Brasil, Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Paraná - Brasil
Milena Hay Nunes, Taynara Lopes Dos Santos, Fernando Meyer