COMPARAÇAO ENTRE ANESTESIA GERAL ASSOCIADA A INFILTRAÇAO LOCAL OU BLOQUEIO PERIDURAL EM PACIENTES SUBMETIDOS A ORQUIDOPEXIA PELA BOLSA TESTICULAR. ANALISE DE CUSTO EM MATERIAIS, USO DE ANALGESICOS POS-OPERATORIOS E TEMPO DE ALTA.
Introdução: Testículo não descido é uma das malformações congênitas mais comuns em meninos neonatos. Sua incidência varia de 1-4,6% dos nascidos a termo e 1-45% dos prematuros. Aproximadamente 1% ainda terão testículos não descidos na faixa etária de 1 ano. A orquidopexia está indicada a partir dos 6 meses e recomenda-se a correção até os 18 meses. A técnica com incisão escrotal é a preferida para os casos de testículos palpáveis e com localização baixa. Na anestesia, 2 modalidades costumam ser utilizadas: anestesia geral com bloqueio anestésico local e a anestesia geral associada ao bloqueio peridural.
Objetivos: Definir os custos de cada modalidade anestésica e esclarecer se a escolha da técnica influenciou na dor pós-operatória ou no tempo de internação.
Métodos: Análise retrospectiva de 48 pacientes consecutivos submetidos a orquidopexia uni ou bilateral pela bolsa e anestesiados pela mesma profissional. A escolha da técnica anestésica se baseava na disponibilidade material para realização de anestesia peridural. Todos foram operados pela técnica cirúrgica de Bianchi e apresentavam testículos palpáveis, localizados em região inguinal baixa. Os responsáveis eram orientados a administrar 3 dias de analgésicos (Dipirona e Ibuprofeno). Após este período, a dipirona poderia ser utilizada em caso de persistência da dor. Os custos em materiais relacionados a cada tipo de intervenção anestésica foram estratificados. O período de internação e o uso de analgésicos no pós-operatório foram comparados.
Resultados: 28 pacientes foram submetidos a cirurgia com infiltração anestésica local e 20 com bloqueio peridural. A infiltração local tem um custo total em materiais de R$ 5,29 e o Bloqueio Peridural de R$ 69,38. Três (10,7%) pacientes do primeiro grupo relataram necessidade de analgesia após o período estabelecido, contra 2 pacientes (10%) do segundo grupo (p=0,4783). Todos os pacientes receberam alta hospitalar com menos de 24 horas.
Conclusões: O bloqueio peridural apresenta um custo significativamente maior e não traz benefícios na dor pós-operatória ou no tempo de internação, com relação ao bloqueio local. Portanto, seu uso não se justifica nos casos de orquidopexia pela técnica escrotal para testículos inguinais baixos.
Orquidopexia; urologia pediátrica; anestesia.
Urologia Pediátrica
UERJ - Rio de Janeiro - Brasil
Tassia Monteiro Lobountchenko, Edson da Silva Salvador Junior, Juan Pablo Suarez Barberan, Raquel Abreu Ferreira, Pedro Lago Ferrer, Sulla Habib Pina, Marina Carriello Mululo, Celso Lara, Ronaldo Damião