Dados do Trabalho


Título

BIÓPSIA PROSTÁTICA GUIADA POR ULTRASSONOGRAFIA TRANSRETAL: AVALIAÇÃO CRÍTICA NUM CONTEXTO MULTIPROFISSIONAL.

Resumo

INTRODUÇÃO: A biópsia guiada por ultrassonografia transretal (USTR) contribui para a investigação do câncer de próstata, cujo principal indicador prognóstico é o Escore de Gleason (EG). A diferença na sua graduação, em relação à análise da peça cirúrgica, aponta falha na qualidade das amostras biopsiadas, o que pode interferir no tratamento. Portanto, o operador deve buscar a otimização da técnica, além da redução de possíveis complicações, como retenção urinária, prostatite, hematúria e infecção. OBJETIVO: Avaliar a atuação de urologistas e radiologistas na realização da biópsia prostática guiada por ultrassonografia transretal e investigar as principais complicações pós-procedimento. MÉTODO: Análise retrospectiva de pacientes submetidos à biópsia prostática USTR, entre outubro de 2018 e março de 2019, pelos serviços de urologia e radiologia de um hospital de Curitiba. RESULTADO: Foram realizadas 242 biópsias, em pacientes com idade média de 68 anos. Dessas, 129 pelo serviço de urologia e 113 pelo serviço de radiologia, com média de 11,98 fragmentos prostáticos coletados. Houve maior dificuldade na coleta do fragmento 1A, sendo que o índice de coleta inadequada, ou presença de tecidos associados à amostra, foi superior ao dobro do observado em outros fragmentos. Considerando o período de 30 dias após o procedimento, cerca de 7% dos pacientes apresentaram complicações. Desses, 62,5% evoluíram com prostatite, 18,75% com hematoespermia, 12,5% com hematúria e 6,25% com disúria. No caso dos pacientes que realizaram prostatectomia radical, o EG referente à peça cirúrgica foi superior ao fornecido após biópsia em 75% das vezes. CONCLUSÃO: Em nosso contexto hospitalar, a complicação pós-biópsia mais prevalente foi a prostatite, que é uma evolução adversa comum do procedimento. Além disso, notamos que o material biopsiado foi subgraduado em relação ao EG obtido após análise da peça cirúrgica. Tal discordância pode ser considerada na avaliação do prognóstico do paciente, principalmente no contexto de progressão extraprostática, e contribui para a discussão sobre a associação de outros métodos na investigação inicial do paciente.

Palavras Chave ( separado por ; )

Neoplasia de próstata; Biópsia Guiada por Imagem; Ultrassonografia de Intervenção; Complicações Pós-Operatórias;

Área

Uro-oncologia

Instituições

Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

Luciano Ricardo Sfredo, Manoel Antônio Guimarães, Lydio Barbier Neto, Raphael Flávio Fachini Cipriani, Daniel Elias Carara, Joaquim Lorenzeti Andrade, Ingridy De Souza Digner, Vinicius Cardoso