CONCORDÂNCIA DO ESCORE GLEASON E DA CLASSIFICAÇÃO ISUP NA BIÓPSIA PROSTÁTICA E PEÇA CIRÚRGICA
INTRODUÇÃO: O câncer de próstata (CaP) é a segunda neoplasia maligna mais comum em homens e a segunda causa de mortalidade relacionada ao câncer após o câncer de pulmão. Estudos prévios avaliaram a correlação entre o escore de Gleason da biópsia e o da peça cirúrgica pós prostatectomia radical.
OBJETIVO: Avaliar a associação entre o escore de Gleason da biópsia e patológico assim como a relação com a classificação ISUP em uma série de pacientes submetidos à biópsia por agulha fina de próstata e subsequente prostatectomia radical.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo, revisando achados de 313 pacientes submetidos a prostatectomias radicais, realizadas no HC FMRP USP, no período entre janeiro de 2016 e março de 2019. Após exclusão de pacientes com dados incompletos, foram Inclusos 296 pacientes. Foram anotadas as seguintes variáveis: Gleason e ISUP na biópsia prostática; Gleason e ISUP na peça cirúrgica; número de fragmentos positivos na biópsia. Análise estatística realizada por testes de qui-quadrado, Spearman-Rho, concordância Alfa-Cronbach, com significância 0,05. . “Upgrading” e “downgrading” foram definidos como aumento ou diminuição, respectivamente, de um grupo de grau de prognóstico para outro.
RESULTADOS: A idade média dos pacientes foi de 63,5 (43 a 76) anos. O subtipo de Gleason mais frequente na biópsia foi o 6 (44.9%), seguido por 7/3+4 (29.1%), 7/4+3 (13.9%), 8 (6.8%), 9 (3.7%) e 10 (1.4%). Quando avaliado o grau de ISUP, ISUP 1 foi o mais frequente (45.3%), seguido pelos ISUP 2 (29.1%), 3 (13.9%), 4 (6.8%) e 5 (5.1%). A classificação de Gleason apresentou concordância entre biópsia e peça cirúrgica em 121 pacientes (40.9%), “upgrading” da peça em 104 (35.1%) e “downgrading”, em 71 (24%). Correlacionando com o ISUP, há concordância em 127 pacientes (42.9%), “upgrading” em 100 (33.7%) e “downgrading”, em 69 pacientes (23.3%). Não houve correlação entre número de fragmentos positivos na biópsia e Gleason/ISUP na peça cirúrgica (Teste de Rho de Spearman de 0.11, com p de 0.06). O teste de concordância demonstrou índice de Alfa-Cronbach respectivamente, para Gleason e ISUP 0,71 e 0,55.
CONCLUSÃO: Nossos dados sugerem que a classificação ISUP apresenta discreta vantagem em relação ao escore Gleason na concordância dos achados entre biópsia e peça cirúrgica.Quando comparados à literatura, nossos dados demonstram desfecho aquém do esperado. A identificação de fatores de confusão demanda estudos posteriores.
escore Gleason; classificação ISUP; câncer de próstata; prostatectomia radical
Uro-oncologia
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Pretro da Universidade de São Paulo/ HCFMRP-USP - São Paulo - Brasil
Thadeu Baraldi Ferreira, Marcelo Pires de Campos Linardi, Leonardo Olmedo Pompeo, Antonio Antunes Rodrigues Junior, Rafael Neuppmann Feres, Pedro Lugarinho Menezes, Thiago Henrique Caetano Da Silva, André Antônio Batista, Alan Cantalabio Costa, Rodolfo Borges Dos Reis