PIELONEFRITE OBSTRUTIVA: ANALISE DE AGENTES ETIOLOGICOS E EVOLUÇAO CLINICA EM SERVIÇO UNIVERSITARIO
Introdução: A pielonefrite obstrutiva apresenta a antibioticoterapia como pilar fundamental de tratamento, sendo, portanto, imprescindível avaliar a apresentação da infecção, o hospedeiro e o agente, de modo a garantir a boa evolução clínica e evitar o surgimento de microorganismos resistentes.
Objetivos: Analisar o tratamento baseado nos preditores de sepse do atendimento inicial e nos diagnósticos laboratorial e etiológico.
Métodos: Análise retrospectiva de prontuários dos pacientes atendidos no Hospital de Clínicas da Unicamp e submetidos à desobstrução cirúrgica de urgência por pielonefrite obstrutiva entre janeiro/2016 a agosto/2018.
Resultados: Revisados 223 prontuários de pacientes, dos quais 45 (20,2%) apresentavam anormalidades urinárias, sendo o rim único e a estenose de ureter os mais prevalentes (2,2% e 1,8%, respectivamente) e 73 (33%) apresentavam histórico de ITU. Os dados de exames laboratoriais constavam em 181 prontuários (81,2%), leucocitose acima de 10.000 estava presente em 115 (51,6%) pacientes e plaquetopenia em 16 (7,2%). Exame sumário de urina era infeccioso em 130 casos (58,3%), com resultado de urocultura sendo avaliada e positiva em 36 pacientes, dos quais os principais patógenos isolados foram Escherichia coli, em 17 (47%) e Klebsiella sp, em 3 (8,3%). Já a hemocultura foi solicitada em 15 pacientes, sendo 11 (73%) positivas para Escherichia coli ou Proteus sp, principalmente. No atendimento inicial, 162 pacientes (72,6%) apresentam ao menos um preditor de sepse, sendo foco infeccioso documentado (127 pacientes) e leucocitose superior a 12.000 ou leucopenia inferior a 4.000 (84 casos) os achados mais prevalentes. Em relação à antibioticoterapia, os dois fármacos mais utilizados foram ceftriaxone em 147 pacientes (66%) e ciprofloxacino em 46 (20,6%), com duração total de tratamento até 72 horas em 48,3% dos casos. 33 pacientes (14,6%) necessitaram de troca de antibiótico, por resultados de cultura ou por piora clínica. Por fim, o tempo até normalização da temperatura foi de até 48 horas em 62,9% dos casos, enquanto a normalização laboratorial ocorreu em até 72 horas em 59,7% dos pacientes.
Conclusões: A maioria dos pacientes com pielonefrite obstrutiva apresenta, ao menos, um fator preditor de sepse no atendimento inicial, o que interfere diretamente em sua evolução clínica e alerta para a importância do diagnóstico etiológico para o correto tratamento a fim de evitar desfechos desfavoráveis.
pielonefrite obstrutiva, antibioticoterapia, desbloqueio endoscópico, endourologia
Litíase / Endourologia
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) - São Paulo - Brasil
Gustavo Santana de Lima, Fabio Coltro Neto, Thairo Alves Pereira, Ivan Borin Selegatto, Livia Carvalho Vianelli Ribeiro, Cassio Luis Zanettini Riccetto