ELIMINANDO A DRENAGEM CIRURGICA DE ROTINA NA PROSTATECTOMIA RADICAL ROBOTICA
Introdução: A colocação profilática de um dreno pélvico após prostatectomias radicais tem sido uma prática empírica há muitos anos, apesar da falta de evidências de benefício clínico. Com o advento da robótica e as melhorias técnicas adquiridas, eliminando praticamente o risco de vazamento da anastomose e diminuindo sensivelmente o risco de sangramento, a drenagem pélvica de rotina pode não ser mais necessária no cenário contemporâneo.
Objetivos: Determinar se a eliminação da colocação profilática de dreno pélvico após a prostatectomia radical robótica afeta a incidência de eventos adversos no pós-operatório imediato.
Métodos: Foram avaliados 69 pacientes consecutivos com câncer de próstata localizado submetidos a prostatectomia radical robótica, de janeiro de 2018 a março de 2019. Todos os pacientes foram operados por um único cirurgião experiente (JPM). Os procedimentos foram realizados utilizando as plataformas Da Vinci Xi e Si. Todas as cirurgias foram por via transperitoneal, com a utilização de 6 punções, pela técnica de liberação retrógrada do feixe neurovascular, e preservação do complexo da veia dorsal e fáscia endopélvica. Em nenhum dos pacientes foi realizada a drenagem da cavidade. Os critérios de Briganti foram utilizados para indicação da extensão da linfadenectomia realizada. O tempo de internação foi considerado a partir do início da cirurgia e reinternação nos primeiros 30 dias de pós-operatório.
Resultados: A média de idade dos pacientes foi 66 (58-75) anos. 48 pacientes foram submetidos a linfadenectomia estendida (69%). A média de internação foi de 26 horas e nenhum paciente permaneceu internado por mais de 48 horas. Não houve necessidade de transfusão sanguínea em nenhum dos casos. Um paciente apresentou estenose de meato uretral, necessitando de correção cirúrgica. 2 pacientes apresentaram epididimite aguda, 2 infecção de ferida operatória na punção umbilical e 3 infecção urinária sendo todos tratados com antibióticos orais sem outras complicações. 1 paciente evoluiu com linfocele sendo apenas observado clinicamente com resolução espontânea do quadro, e 5 pacientes evoluíram com edema e/ou equimose escrotal.
Conclusão: A realização da prostatectomia radical robótica sem utilização de dreno mostrou ser uma conduta segura, não aumentando o índice de complicações periopoeratória. A supressão da drenagem da cavidade pélvica pode favorecer a recuperação intestinal diminuindo assim o período de internação hospitalar.
Prostatectomia radical; cirurgia robótica; cancer de próstata; dreno cirúrgico
Uro-oncologia
HOSPITAL MILITAR DE AREA DE SAO PAULO - São Paulo - Brasil, HOSPITAL MORIAH - INSTITUTO DA PRÓSTATA - São Paulo - Brasil
JOAO PADUA MANZANO, FABRIZIO MAGALDI MESSETTI, TIAGO CYRILLO DEVITTE, VINICIUS MENEGUETTE GOMES SOUZA, RODRIGO PERRELLA, FREDERICO TEIXEIRA BARBOSA, DANIEL LUIZ PAULILLO, DAVI SOUZA CONSTANTIN, JOSE RICARDO CRUZ SILVINO, RICARDO LUIS VITA NUNES