AVALIAÇAO DA VIABILIDADE DA CRIAÇAO DE MODELOS EM IMPRESSORA 3D DE LESOES DE URETRA POSTERIOR POR FRATURA DE PELVE
Embora infrequentes, as lesões de uretra posterior associadas a fratura de pelve são um desafio para o urologista. Como apresentam-se concomitante a ferimentos abdominais ou ortopédicos, seu manejo costuma ser tardio ao trauma. Atualmente, tais lesões são avaliadas por uretrocistografia ou ressonância magnética. Contudo, ambos os métodos não permitem uma adequada avaliação tridimensional, tendo papel limitado no planejamento cirúrgico. Para auxiliar no tratamento cirúrgico, modelos em três dimensões (3D) podem ser úteis para analisar a relação espacial da lesão com as estruturas adjacentes. Técnicas de impressão 3D encontram-se em amplo uso em diversas áreas da medicina com a finalidade de planejamento cirúrgico e simulações pré-operatórias. Até o momento não existem dados sobre a viabilidade da utilização de tal tecnologia em pacientes com lesão de uretra por trauma pélvico. O objetivo do estudo é avaliar a viabilidade do processo de construção de modelos em 3D para pacientes com lesão de uretra por trauma pélvico. O estudo prospectivo, analítico e descritivo, no qual imagens de tomografia computadorizada (TC) de pacientes vítimas de lesão de uretra bulbo-membranosa por fratura de pelve foram transformadas em modelos impressos em 3D. Foram selecionados seis pacientes do sexo masculino com idade entre 18 e 75 anos, vítimas de trauma de pelve com lesão de uretra posterior e com cistostomia. Em todos os exames injetou-se contraste pela cistostomia, sendo que em três houve injeção concomitante de contraste via uretral. As imagens de TC foram convertidas em modelos 3D através de dois softwares Invesalius (STL) e Meshmixer® (MIX) e reconhecido pela impressora 3D. Para impressão foi utilizada a impressora 3DCLONER DH® (E.TECH Brasil). O estudo foi dividido em duas fases: construção do modelo tridimensional no computador e impressão do modelo. Para a impressão foram definidas a próstata, a bexiga, a uretra e o osso pube para se obter a relação anatômica com a lesão da uretra. O tempo médio para a construção dos modelos em computador foi de 3 horas e o tempo médio para a impressão dos modelos foi de 15h. A geração e impressão de modelos 3D através de exames de imagem é tecnicamente viável, sendo que nos modelos nos quais houve injeção de contraste uretral houve um melhor delineamento da lesão. Concluiu-se que a construção tridimensional tem grande potencial no planejamento cirúrgico, bem como permitir uma maior familiaridade com as estruturas pélvicas.
estenose de uretra; impressão 3D; uretra posterior; fratura de pelve
Trauma / Uretra / Urologia Reconstrutora
UFPR - Paraná - Brasil
Rodrigo Ketzer Krebs, Mohmamad Abdul Majid Chams, Guilherme Vinicius Sawczyn, Henrique Wiederkehr, Jose Aguiomar Foggiatto