ESTUDO HISTOLÓGICO DO MÚSCULO BULBOESPONJOSO EM FETOS NORMAIS E ANENCÉFALOS DURANTE O PERÍODO FETAL HUMANO
Introdução: O músculo bulboesponjoso envolve a uretra bulbar e apresenta um papel importante na resposta sexual. Tem como função auxiliar no esvaziamento da fase final da micção e durante a emissão do líquido seminal. Seu desenvolvimento acontece por transformação epitélio-mesenquimal de células precursoras miogênicas e, ao final do terceiro mês, aparecem organelas características das células musculares estriadas.
Objetivos: Analisar quantitativamente, por meio de técnicas histoquímicas, a estrutura do músculo bulboesponjoso durante o período fetal humano em fetos normais e anencéfalos.
Métodos: Foram analisados um total de 7 fetos humanos masculinos com idade gestacional compreendida entre 14,9 e 22,0 semanas pós-concepção (5 fetos normais e 2 fetos anencéfalos). A idade gestacional foi determinada de acordo com o critério de comprimento do maior pé obtido pela maior média de três medidas realizadas de cada um dos pés (direito e esquerdo). O músculo bulboesponjoso foi coletado e fixado em formalina tamponada 4% e processado para inclusão em parafina. Foram feitos cortes histológicos de 5 micrômetros de espessura, corados por técnicas histoquímicas para avaliar o tecido conjuntivo, as fibras musculares e os vasos. As análises histomorfométricas foram realizadas utilizando o software ImageJ. Os dados foram comparados estatisticamente aplicando-se o teste t de Student não pareado e o teste de Mann-Whitney. As análises estatísticas foram realizadas considerando p<0,05 como significativo, utilizando o software GraphPad Prism 6.
Resultados: A análise quantitativa das fibras colágenas não apresentou diferença significativa nos fetos anencéfalos (21,24%±3,73) quando comparados com o grupo controle (19,14%±6,47), p=0,6940. A densidade das fibras musculares foi menor nos fetos anencéfalos (42,95%±5,02) quando comparados com o grupo controle (55,23%±11,32), porém não significativo (p=0,2161). A análise quantitativa dos vasos sanguíneos não apresentou diferença significativa entre os fetos anencéfalos (5,20%±2,55) e o grupo controle (4,19%±2,23), p=0,6190.
Conclusões: Nossos resultados mostraram que não houve diferença estatística na estrutura do músculo bulboesponjoso de fetos anencéfalos em comparação aos fetos normais. Porém são necessários novos estudos, com um número maior de amostras, para analisar se a anomalia congênita pode afetar o desenvolvimento do músculo bulboesponjoso e para estabelecer padrões de parâmetros normais de crescimento.
Músculo bulboesponjoso; Histologia; Embriologia; fetos; Anencefalia
Ciência Básica
UERJ - Rio de Janeiro - Brasil
Edilaine Farias Alves, isabella mendes procopio, henrique barbosa menezes, carla mano gallo, waldemar silva Costa, Francisco jose sampaio, Luciano Alves Favorito