HERNIORRAFIA INGUINAL POR MINILAPAROSCOPIA EM CRIANÇAS: TECNICA E RESULTADOS
Introdução: A técnica padrão-ouro para a herniorrafia inguinal em crianças é a técnica aberta. Com o desenvolvimento de materiais laparoscópicos miniaturizados foi possível a realização da herniorrafia inguinal por minilaparoscopia em crianças de todas as idades.
Objetivo: Demonstrar a experiência inicial em herniorrafia inguinal laparoscópica em crianças de equipe de urologia pediátrica atuante no interior do Paraná.
Métodos: estudo retrospectivo através de análise de prontuário. De abril/2017 a maio/19, 37 crianças, com idade média de 4,5 anos (65 dias a 13 anos 1 mês), foram submetidos a herniorrafia inguinal laparoscópica. A técnica cirúrgica consiste em colocação de 3 trocares de 3 a 5 mm alinhados na altura da cicatriz umbilical, secção do conduto peritoneovaginal seguido de rafia do peritônio proximal. Predominou o sexo masculino com relação de 34/3 (11,3x). O peso variou de 4,2 a 54 kg. A apresentação clínica foi de 19 (51,3%) hidroceles e 18 (48,7%) hérnias. Com relação a lateralidade foram 16 (43,2%) à direita, 8 (21,6%) à esquerda e 13 (35,2%) bilaterais. Follow-up de 1 mês a 2 anos.
Resultados: O tempo cirúrgico médio foi de 21,4 minutos (10 a 40 minutos) na hérnias unilaterais e 35,6 minutos (30 a 60 minutos) nas bilaterais. Houve uma complicação menor (hematoma pré-peritoneal contido) e nenhuma complicação maior. No follow-up ocorreu apenas 1 (2,7%) recidiva. No intra-operatório foi detectada a persistência do conduto contralateral em 8 das 29 hérnias unilaterais (possíveis hérnias metacrônicas), as quais foram corrigidas. Houve 4 (10,8%) casos de hérnias encarceradas, 2 (5,4%) casos de reoperação de cirurgia aberta e 2 (5,4%) de hérnias umbilicais associadas.
Conclusões: A herniorrafia inguinal laparoscópica em crianças é método seguro e eficaz, com o mesmo tempo cirúrgico e a mesma taxa de recidiva da cirurgia convencional. As possíveis vantagens em relação a cirurgia aberta são: a possibilidade de diagnóstico e tratamento da persistência do conduto contralateral, maior facilidade técnica em recidivas e melhor avaliação das estruturas intra-cavitárias em hérnias encarceradas.
minilaparoscopia, hérnia inguinal, crianças
Urologia Pediátrica
Faculdade Assis Gurgacz - Paraná - Brasil, Master Clínica - Paraná - Brasil
Alex Sato Tanaka, Gustavo Marconi Caetano Martins, Mariana Araújo Barbosa Tanaka, Milton Tatsuo Tanaka, José Barbosa Mendes Junior, Eduardo Fernando Pacagnan, Fabio Luiz Souza, Diego Sato Tanaka, Juan Mateus S Mendes, Iago Augusto Santana Mendes