MIR-100 E MIR-10A ESTAO ENVOLVIDOS NO PROCESSO DE PROLIFERAÇAO E INVASAO CELULAR EM LINHAGEM 5637 DE CANCER DE BEXIGA
Introdução e Objetivos: O Câncer de Bexiga é o segundo tumor maligno urológico mais incidente e uma das neoplasias mais estudadas atualmente, com história e biologia ainda não bem definidas. MiRNAs são pequenas moléculas envolvidas em diversos processos celulares, incluindo a carcinogênese, e atuam como supressores de tumor ou oncogênicos. Nosso objetivo é analisar o papel de miR-100 e miR-10a nos processos de proliferação e invasão em linhagm 5637 de câncer de bexiga.
Métodos: Células 5637 proveninentes de carcinoma urotelial de baixo grau (CUBG) foram submetidas a ensaio ELISA e Matrigel para estudo de proliferação e invasão, respectivamente. Antes de iniciarmos as análises, as células foram previamente transfectadas com miR-100 e miR-10a e seus respectivos controles negativos. Todos os ensaios foram realizados nos tempos de 24h e 48h, em triplicata. Os ensaios de proliferação celular foram realizados com o kit Cell Proliferation ELISA BrdU (colorimetric Roche®), segundo recomendações do fabricante. Para os ensaios de invasão utilizamos câmaras bipartites do tipo Transwell. A câmara superior foi coberta com Matrigel diluído em meio de cultura, seguindo protocolo convencional. Foram realizadas imagens de cada chamber para determinação do número de células que invadiram a membrana.
Resultados: Para o ensaio ELISA, a transfecção com miR-100 foi efetiva nos dois tempos estudados, diminuindo o índice de proliferação celular (p=0,001 e p=0,008, para 24h e 48h, respectivamente). Para o miR-10a, também encontramos efetividade de tratamento no tempo de 48h, onde houve significativo aumento da taxa de proliferação (p= 0,04). Para o ensaio Matrigel, o miR-100 esteve correlacionado com a diminuição da invasão celular no tempo de 48h (p=0,019).
Conclusão: miR-100 se comportou como supressor tumoral, diminuindo as taxas de proliferação e invasão celular nos dois tempos estudados. Por outro lado, miR-10a se relacionou com aumento das taxas de proliferação celular no tempo de 48h, evidenciando seu perfil oncogênico. Esses resultados apontam para o potencial terapêutico desses miRNAs no CUBG, que será por nós explorado em estudos in vivo.
Câncer de bexiga; Biologia molecular; microRNA
Ciência Básica
Faculdade de Medicina da USP - São Paulo - Brasil
Nelson Gaspar Dip Júnior, Sabrina Thalita do Reis Faria, Nayara Izabel Viana, Vanessa Guimarães, Isis Paloppi, Ruan Pimenta, Luís Felipe Gastaldo Poletti, Kátia Ramos Moreira Leite