INCIDENCIA DE LESOES BENIGNAS EM NEFRECTOMIAS REALIZADAS EM UM SERVIÇO DE URO-ONCOLOGIA
Introdução: As neoplasias renais constituem um grupo heterogêneo de tumores benignos e malignos. Os tumores renais benignos representam aproximadamente 10% das neoplasias renais em séries cirúrgicas, sendo que o oncocitoma renal é o subtipo mais prevalente deste grupo. A importância do diagnóstico diferencial dos oncocitomas, leiomiomas, angiomiolipomas, e nefromas císticos com os tumores malignos é atribuída a sua grande semelhança em parâmetros clínicos e radiológicos.
Objetivo: Comparar as características clínicas, anatomopatológicas e terapêuticas das neoplasias de células renais malignas e benignas tratadas em um serviço de atendimento terciário na região Oeste de Santa Catarina.
Materiais e Métodos: Estudo observacional descritivo com delineamento transversal baseado na análise dos prontuários do centro de referência para tratamento oncológico do Hospital Regional do Oeste no período de 2013 a 2018. Resultados: De um total de 71 nefrectomias realizadas durante os 5 anos analisados, 64 pacientes (90,1%) foram diagnosticados com lesões malignas e 7 (9,9%) com lesões benignas. Entre os carcinomas, 73,4% eram de células claras e, entre os tumores benignos, 57,1% eram oncocitomas. Dentre as neoplasias renais benignas, 71,4% eram do sexo feminino, média de idade de 65,4 anos e 100% dos pacientes mostraram-se assintomáticos. Na mesma série, a nefrectomia parcial foi efeutada em 71,4% dos casos e a técnica cirúrgica mais aplicada foi a videolaparoscópica (57,1%). A média de tempo cirúrgico foi de 194,3min e do tempo de internação foi de 3,85 dias, não sendo relatadas complicações cirúrgicas relevantes. Ao comparar os grupo de neoplasias renais malignas e benignas, a única variável que mostrou diferença significante (p<0,05) foi o tamanho tumoral no maior eixo: malignas (66,2mm) e benignas (38,7mm).
Conclusões: Tanto a incidência de neoplasias renais benignas quanto a prevalência de oncocitomas verificadas no presente estudo corroboram a literatura vigente. O número reduzido de intervenções agressivas em pacientes portadores de neoplasias benignas correlaciona-se essencialmente com a menor dimensão tumoral. O baixo risco oncológico destes permite maior segurança cirúrgica e menos complicações. Apesar dos bons resultados terapêuticos, a capacidade de discriminação definitiva entre neoplasias renais malignas e benignas, por técnicas imagiológicas, permanece um desafio na atualidade.
Oncocitoma, Nefrectomia, Uro-Oncologia
Uro-oncologia
Serviço de Uro-Oncologia - HRO/Chapecó - Santa Catarina - Brasil, Unochapeco - Santa Catarina - Brasil
Marcelo Zeni, Débora Giacomin, Júlia Carminatti, Jerso Menegassi