Dados do Trabalho


Título

EXPERIENCIAS COM NEFRECTOMIA EM DOADOR VIVO DE UM SERVIÇO DE TRANSPLANTE RENAL DE REFERENCIA NO PARANA – UMA ANALISE RETROSPECTIVA DOS ULTIMOS 15 ANOS

Resumo

Introdução:
A Doença Renal Crônica acomete, hoje, cerca de 5 milhões de brasileiros e seu desfecho é a terapia renal substitutiva, com destaque para o transplante renal. Quanto à nefrectomia laparoscópica em doador vivo, a tendência é a escolha pelo rim esquerdo, todavia ainda não há um consenso baseado em evidências estabelecido.
Objetivo:
Comparar índices dos últimos 15 anos de nefrectomias laparoscópicas de doador vivo realizadas em um serviço de transplante de referência no Paraná.
Método:
Foram realizadas 425 nefrectomias laparoscópicas em doador vivo, no período de 2003 a 2018, no Hospital Universitário Cajuru pelo Serviço de Transplante Renal. Do total, foram 327 (76,95%) cirurgias à esquerda e 98 (23,05%), utilizando a técnica laparoscópica pura ou laparoscópica assistida pela mão. Os dados foram obtidos através de prontuários e estudados estatisticamente de forma retrospectiva. Foram analisados tempo de cirurgia e isquemia, sangramento estimado, técnica cirúrgica e conversões a cirurgia aberta.
Resultado:
O tempo cirúrgico médio foi de 105 minutos, o tempo de isquemia quente médio foi de 180 segundos e o sangramento estimado médio foi de 80mL. As nefrectomias à esquerda mostraram um menor tempo cirúrgico (p = 0.021) e menor tempo de isquemia (p = 0.005). Comparando-se os dois grupos não houve diferença estatística relevante no sangramento estimado. Em relação à técnica, as nefrectomias à direita utilizaram mais a laparoscópica assistida pela mão (p < 0.001) e as nefrectomias à esquerda apresentaram uma maior taxa de conversão à cirurgia aberta, 30 de 35 conversões, os motivos para conversão incluíram principalmente as lesões vasculares. A análise retrospectiva, de 2003 a 2018,demonstrou que o tempo cirúrgico médio reduziu de 173 minutos (2003 – 2005) para 70 minutos (2015 – 2018) e sangramento médio de 200mL para 40mL, nesses mesmos intervalos de tempo.
Conclusão:
A nefrectomia laparoscópica em doador vivo ainda é muito importante para a redução das filas de transplante renal e é uma técnica seguram e de baixa morbidade para o doador. A diminuição expressiva no tempo cirúrgico e sangramento estimado demonstram a curva de aprendizado do cirurgião e seu impacto nos resultados, condizente com a literatura mundial. Em relação ao rim escolhido para doação, o cirurgião deve basear sua escolha nas características anatômicas e funcionais dos rins, visto que não existe uma superioridade significativa entre os resultados de nefrectomia esquerda e direita.

Palavras Chave ( separado por ; )

Nefrectomia; Transplante; Laparoscopia; Doador vivo.

Área

Transplante Renal / Miscelânea

Instituições

Hospital Universitário Cajuru - Paraná - Brasil, Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

Matheus Moreira Angelo, Eduardo Henrique Fernandes Azevedo, Thaís Ferraz Simões, Mariana Rebello Hilgert, Guilherme Schmid Guérios, Fernando Meyer