PENECTOMIA RADICAL (RESSECÇAO COMPLETA DE CORPOS CAVERNOSOS) + URETROSTOMIA PERINEAL COMO TRATAMENTO DE CARCINOMA ESPINOCELULAR DE PENIS LOCALMENTE AVANÇADO
INTRODUÇÃO: O câncer de pênis é afecção rara em todo o mundo, sua maior incidência em países subdesenvolvidos e não desenvolvidos está correlacionada a fatores socioeconômicos, atingindo 1-2% dos homens acometidos por câncer em regiões como América do Sul, África e Sudeste Asiático. A incidência no Brasil é de 8,3 para cada 100000 homens. O câncer de pênis tem alta correlação com a infecção pelo HPV não tratada assim como má higiene, fimose, balanopostite de repetição, tabagismo, múltiplos parceiros que são outros fatores de risco. O tipo histológico mais frequente é o Carcinoma Espinocelular (CEC), até 95% das lesões malignas. A clínica geralmente se associado com queixas locais da invasão tumoral e necrose como: infecção, disúria, sintomas obstrutivos, dor local. O tratamento local é principal pilar, sempre baseado no estadiamento do paciente, para tumores localmente avançados este baseia-se em ressecção cirúrgica (penectomia parcial X penectomia total/radical) associado a linfadenectomia inguinal quando indicada. A penectomia rtotal é a mais comummente utilizada porém a penectomia apresenta-se como opção em doença localmente avançada visando controle local e diminuição de recidiva em tumores de pior prognóstico.
CASO CLÍNICO: No presente estudo apresentamos um paciente de 61 anos de idade, hipertenso e obeso (IMC 46 kg/m2) com lesão peniana com 4 anos de evolução, tendo o paciente postergado tratamento após consulta em outros dois serviços de urologia. Apresentava lesão de aproximadamente 5cm de extensão com deformidade de haste penian ao exame clínico com infiltração de uretra ocasionando sintomas obstrutivos (estadio clínico T3). Realizada biópsia incisional que demonstrou carcinoma espinocelular moderadamente diferenciado. Paciente com linfonodomegalia inguinal bilateral fixa (estadio clínico N3) e linfonodo com erosão em região suprapúbica. Demonstramos em vídeo a abordagem cirúrgica inicial com penectomia radical (ressecção completa de corpos cavernosos até inserção em ramo isquiopúbico) com uretrostomia perineal, técnica raramente apresentada com imagens elucidativas das etapas cirúrgicas. A literatura vigente apresentam casuísticas que variam entre dois a três casos em serviços de referência.
carcinoma espinocelular; pênis; penectomia radical;
Uro-oncologia
COMPLEXO DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UFPR - Paraná - Brasil
LYDIO BARBIER NETO, OSNY BARROS JÚNIOR, RODRIGO KETZER KREBS, DANIEL ELIAS CARARA, RAPHAEL FLAVIO FACHINI CIPRIANI, JOAQUIM LORENZETTI ANDRADE, LUCIANO RICARDO SFREDO, IVAM VARGAS MARTINS SILVA