NEFRECTOMIA LAPAROSCOPICA PRE-TRANSPLANTE EM RIM POLICISTICOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITARIO NO SUL DO BRASIL
Os pacientes com doença renal policística autossômica dominante necessitam de terapia renal substitutiva em 50% dos casos na idade de 60 anos. No entanto, muitas vezes os rins policísticos tem dimensões massivas e reduzem o espaço para o implante renal nas fossas ilíacas necessitando uma nefrectomia pré-transplante. Historicamente, este procedimento é realizado pela técnica aberta, geralmente com grandes incisões para permitir o adequado acesso e mobilização; no entanto, com a evolução da técnica de nefrectomia laparoscópica, este procedimento vem ganhando espaço nestas nefrectomias de rins policísticos.
O objetivo deste trabalho é demonstrar que a nefrectomia para estes rins é um procedimento factível, mesmo em um serviço onde os procedimentos em sua quase totalidade é realizado por médicos residentes.
Foram revisadas todas as nefrectomias videolaparoscópicas em rins policísticos realizadas no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Um total de 10 nefrectomias em 9 pacientes foram encontradas. 9 das 10 nefrectomias foram realizadas por residentes de urologia no último ano da sua formação. A análise dos dados mostra uma população com média de idade de 58,5 anos (+- 8,25), 100% deles ASA III. A duração do tempo cirúrgico foi em média 210,5 minutos (+-42,39), com mediana de 217,5 minutos. A média de tempo de internação foi de 5,44 dias (+- 2,3 dias), sendo a mediana de 5 dias. Em relação a complicações pós-operatórias, somente 1 paciente apresentou complicações Clavien-Dindo >3, sendo um episódio de isquemia mesentérica que levou o paciente ao óbito
A nefrectomia de rins policísticos por acesso laparoscópico é um procedimento factível, mesmo para urologistas em treinamento supervisionado. A taxa de conversão para cirurgia aberta foi dentro da estimativa da literatura (20% x 5-22%) (Williamson et al., 2014).
A taxa de complicações Clavien-Dindo foi baixa, sendo que somente um paciente apresentou um Clavien-Dindo > 2, porém este paciente evoluiu a óbito no período pós-operatório. A nefrectomia videolaparoscópicas em rins policísticos é um procedimento seguro, mesmo em ambiente de treinamento. Apesar do tempo cirúrgico mais prolongado em relação ao procedimento aberto, o benefício de uma internação mais curta e com menos dor deve ser levado em consideração, além de um possível benefício de preservação adrenal em relação ao procedimento aberto, que ainda precisa de comprovação.
Nefrectomia laparoscópica; rins policísticos; transplante renal; nefrectomía pré-transplante
Transplante Renal / Miscelânea
Hospita de Clínicas de Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil
Andre Sobreiro Fernandes, Arthur Jose Ghissi, Matheus Vinicius Knack, Conrado Menegola, Aline Gularte Teixeira Silva, Antonio Rebello Hora Görgen, Marcio Araldi, Pablo Cambeses Souza, Lucas Medeiros Burttet, Emanuel Burck dos Santos