RELAÇAO ENTRE A OCORRENCIA E A SEVERIDADE DE ANOMALIAS DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO COM UM MARCADOR DE (ANTI)ANDROGENICIDADE NO PERIODO FETAL
INTRODUÇÃO: Pesquisas têm mostrado um aumento na incidência de desordens da Síndrome de Disgenesia Testicular (TDS), incluindo criptorquidia e hipospádia. Acredita-se que estas possam estar relacionadas com uma baixa exposição à andrógenos no período crítico de desenvolvimento masculino intrauterino. Atualmente, antiinflamatórios não esteroidais (AINEs) e antidepressivos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) são estudados como possíveis agentes disruptores endócrinos, podendo afetar o status hormonal intrauterino. As distâncias anogenital (AGD) e anoescrotal (ASD) são marcadores indiretos do status hormonal in utero e constituem valiosa ferramenta não invasiva de pesquisa na área reprodutiva. OBJETIVOS: Relacionar a ocorrência e severidade de criptorquidia e hipospádia com: (a) distâncias anogenital e anoescrotal, diâmetro e comprimento peniano; (b) uso de substâncias com potencial ação disruptora endócrina na gestação; (c) condições socioeconômicas do paciente. MÉTODOS: Nesse estudo caso-controle, foram realizadas medições da AGD e ASD em meninos de 0 a 36 meses portadores de criptorquidia (n=14) e hipospádia (n=6), comparando com grupo controle, fimose (n=16). A AGD e ASD foram relacionadas a malformação reprodutiva e com a exposição a AINEs, ISRS e tabaco. Os aspectos socioeconômicos e geográficos também foram correlacionados. Os dados não paramétricos foram analisados utilizando o teste de Kruskal-Wallis seguido do teste de Dunn. As diferenças foram consideradas significativas quando p<0,05. Para as análises e gráficos foi utilizado o GraphPad Prism 6.0. RESULTADOS: A AGD média dos pacientes com hipospádia foi significativamente menor comparativamente ao controle. O comprimento peniano dos pacientes com criptorquidia é estatisticamente menor daqueles com fimose. Apesar de não haver significado estatístico entre o controle e o grupo hipospádia, observou-se uma tendência de redução da ASD e diâmetro peniano. As análises referentes à exposição as substâncias estudadas estão sendo realizadas. CONCLUSÃO: Os resultados deste estudo corroboram a utilização da AGD e ASD como marcadores da exposição androgênica na gestação. É possível que estas medidas se tornem ferramentas para avaliar o status hormonal intrautero na gestação e no período pós-natal. Mais estudos são necessários para relacionar o uso de substâncias durante o período gestacional com a AGD/ASD e malformações.
Disruptores endócrinos; Criptorquidia; Hipospádia; Distância anogenital; Distância anoescrotal
Urologia Pediátrica
Faculdades Pequeno Príncipe - Paraná - Brasil
Sofia Santos Lima Figueiredo, Amanda Berhorst, Luana Cordasso Pedrollo, Rafael Rizzetto Duarte Gomes Araújo, Anderson Joel Martino-Andrade, Karin Lucilda Schultz, Juliane Centeno Müller