ABORDAGEM DO UROPEDIATRA AOS PACIENTES COM ESPINHA BIFIDA ACERCA DA QUALIDADE DE SUA VIDA SEXUAL
Introdução: A expectativa de vida de pacientes com espinha bífida (EB) aumentou como resultado da melhora dos serviços de saúde. Assim, a sexualidade tornou-se uma preocupação crescente, devido ao seu comprometimento físico e cognitivo. Muitos relatos, no entanto, revelam que apenas uma pequena porcentagem de pacientes com EB recebe educação sexual de seus médicos.
Metodologia:
Um questionário online foi enviado para 169 urologistas pediátricos de diferentes países. As questões abordavam temas específicos acerca do cuidado com EB em seus locais de trabalho. Foi utilizado modelo de pesquisa de base livre (Google Forms) e após os dados foram analisados.
Resultados:
Foram analisadas 55 respostas, representando uma taxa de resposta de 32.5%, de urologistas pediátricos de nove países diferentes (Brasil, México, Espanha, Chile, Porto Rico, Indonésia, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido). Nesta amostra, 96.4% (53/55) trabalham com pacientes portadores de EB. Entre estes, 86.7% (46/53) afirmam que abordam a qualidade de vida (QV) de seus pacientes. A sexualidade foi considerada relevante por todos os médicos, entretanto sua avaliação é realizada por apenas 62.2% (33/53). Além disso, 24.5% (13/53) dos urologistas pediátricos utilizam questionários de sexualidade validados, embora 73.5% (39/53) reconheçam que estão cientes da existência dos mesmos.
Discussão:
A relação sexual é uma preocupação crescente entre esses pacientes e muitos fatores importam, sendo os neurológicos e psicossociais os mais relevantes. Vários estudos descrevem como queixa comum entre a população de EB a falta de informação sexual a partir de seus médicos. Diversos estudos apresentam altas taxas de disfunção sexual em pacientes com EB e falta de orientação ou tratamento para amenizar essa situação. A educação sexual acaba sendo fornecida principalmente pela escola, pais e colegas.
Conclusão:
Essa pesquisa confirma a necessidade de melhorar a comunicação entre os profissionais e pacientes com EB sobre sexualidade. O urologista é o profissional mais capacitado para tratar e orientar os pacientes sobre esta questão, entretanto muitos ainda não abordam esse tema durante os atendimentos.
mielomeningocele; sexualidade
Urologia Pediátrica
Universidade Federal de Santa Maria - Rio Grande do Sul - Brasil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil
Guilherme Lang Motta, Daniele Feliciani Taschetto, Anna Bujons, Tiago Elias Rosito