EMPREGO DA LAPAROSCOPIA NO TRATAMENTO DE ENDOMETRIOSE INFILTRATIVA URINÁRIA
INTRODUÇÃO: A incidência de endometriose (EDM) vem aumentando, com envolvimento urológico em 1 a 2% dos casos. A bexiga é o local afetado com maior frequência, seguida pelo ureter. O tratamento resolutivo destas lesões implica em ressecção e reconstruções complexas em alguns casos. Como o envolvimento do trato urinário não costuma ser isolado recomenda-se abordagem multidisciplinar. OBJETIVOS: Avaliar o papel da videolaparoscopia (VLP) urológica na EDM infiltrativa e severa. MÉTODOS: No período entre abril de 2003 e abril de 2019, 19 pacientes com idade media de 37,1 anos (24 a 48) foram diagnosticados com EDM pélvica severa e infiltrativa, envolvendo múltiplos órgãos. Foi realizada VLP via transperitoneal com 4 a 5 portais, por equipe composta por ginecologistas, urologistas e proctologistas. 5 pacientes foram histerectomizadas previamente por EDM, 1 foi submetida a 17 cirurgias por EDM, 1 apresentava fístula vesico-vaginal. RESULTADOS: O tempo cirúrgico médio foi de 237,64 minutos (60 a 540) e o tempo médio de internação hospitalar de 3,17 dias (de 2 a 5). O sangramento variou entre 100 e 550 ml, sem necessidade de hemotransfusões. Houve acometimento vesical em 11 pacientes, uterino em 4, ovariano em 6, do sigmoide em 5, do reto em 5, do apêndice em 1, de vasos pélvicos em 1, da vagina em 3 e do ureter em 8. Os procedimentos foram 10 cistectomias parciais, 4 histerectomias, 6 anexectomias, 1 apendicectomia, 5 sigmoidectomias, 5 “shavings” de reto, 3 colpectomias, 9 ureterolises, 2 ureterectomias com reimplante e 1 ligadura perdida do ureter. As complicações intraoperatorias foram 1 lesão iatrogênica do ureter, reparado com ressecção e anastomose. No pós-operatório foram identificados 1 Trombose Venosa Profunda de membro inferior, 1 Infecção do Trato Urinario e 1 hérnia paracolostômica. Nas cistectomias parciais o tempo médio de sondagem vesical foi de 7.7 dias (6-12). Após seguimento médio de 35,5 meses não foram observadas recorrências da EDM na pelve ou outras complicações tardias. CONCLUSÕES: A VLP mostrou-se eficiente e resolutiva mesmo se utilizada em formas extremamente severas de EDM pélvica, com envolvimento de múltiplos orgãos. A técnica também se mostrou útil para tratar complicações intraoperatórias, porém há necessidade de domínio da VLP avançada pela equipe, que deve ser multidisciplinar para uma alta resolutividade e aceitáveis índices de complicações.
Laparoscopia; Sacrocolpopexia
Urologia Feminina
Fundação Assis Gurgacz - Paraná - Brasil, Master Clinica - Paraná - Brasil
Milton Tatsuo Tanaka, Jose Barbosa Mendes Jr, Eduardo Fernando Pacagnan, Fabio Luiz Souza, Alex Sato Tanaka, Gustavo M C Martins , Diego Sato Tanaka, Lucas Rossato Chrun, Iago Augusto Santana Mendes, Juan Mateus Santana Mendes