Implante imediato de prótese testicular na orquiectomia por torção de testículo
Introdução e objetivos: A torção de testículo é uma das principais causas de escroto agudo atendido no setor de emergência. Infelizmente, diversos fatores contribuem para que as taxas de orquiectomia sejam altas principalmente em hospitais da rede pública. Como consequência, muitos adolescentes e adultos jovens convivem não só com a perda do órgão, mas com questões psicológicas e estéticas relacionadas à essa cirurgia mutiladora. O dano poderia ser minimizado com o implante imediato de prótese testicular mas, historicamente, o implante de prótese testicular é desencorajado no cenário da emergência devido a suposto aumento do risco de infecção e de extrusão do material sintético se comparado com o implante da prótese por via inguinal em segundo tempo cirúrgico.
O objetivo do nosso estudo é avaliar a evolução dos pacientes submetidos ao implante de prótese testicular durante a exploração cirúrgica de emergência para orquiectomia do testículo torcido necrótico.
Material e métodos: Um total de 60 próteses testiculares serão implantadas em pacientes com desenvolvimento de pêlos e genitália superior ou igual a Tanner G2P2, orquiectomizados por torção testicular e que não tenham sinal clinico ou laboratorial de infecção vigente que serão divididos em 3 grupos: Grupo A - prótese implantada por inguinotomia de 6 a 12 meses após a exploração da bolsa testicular; Grupo B - prótese implantada por via inguinal no mesmo ato operatório da orquiectomia realizada também por via inguinal; Grupo C - prótese implantada pela mesma escrototomia utilizada para orquiectomia. Os pacientes serão avaliados com intervalos regulares até um pós-operatório mínimo de 6 meses com categorização e classificação de possíveis complicações relacionadas ao implante do material sintético.
Resultados: Grupo A com todos os pacientes já recrutados e 3 próteses implantadas com seguimento de 3 meses. Grupo B com 4 próteses implantadas e sem sinais de infecção ou extrusão com seguimento variando de 3 a 4 meses. Grupo C com 4 próteses já implatadas e sem sinais de infecção ou extrusão com seguimento variando de 3 a 7 meses.
Conclusões preliminares: Quando não há sinal clinico ou laboratorial evidente de infecção bacteriana local, o implante imediato de prótese testicular tem se mostrado seguro seja por via inguinal ou transescrotal. Os desfechos no que tange infecção do sitio cirúrgico e extrusão da prótese tem se mostrado semelhantes entres as técnicas de implante tardio e imediato.
torção testicular, protese, orquiectomia
Urologia Pediátrica
hospital municipal souza aguiar - Rio de Janeiro - Brasil, UERJ - Rio de Janeiro - Brasil
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