Dados do Trabalho


Título

EFICACIA DA URETROLISE VAGINAL E DA URETROTOMIA INTERNA NO TRATAMENTO DA OBSTRUÇAO INFRAVESICAL NA MULHER

Resumo

Introdução: A obstrução infravesical (OIV) na mulher é uma entidade pouco frequente, porém suas consequências podem impactar gravemente a qualidade de vida das pacientes. Não há um consenso quanto a definição de critérios diagnósticos e de tratamentos para essa morbidade. Dessa forma, a experiência do cirurgião é o fator decisivo na escolha dos métodos diagnósticos e terapêuticos. Objetivo: Analisar a eficácia dos procedimentos de uretrotomia e uretrolise como formas de tratamento de obstrução infravesical em mulheres por meio de dados clínicos e urodinâmicos. Métodos: Estudo observacional retrospectivo, analisando todas as pacientes submetidas à uretrotomia ou uretrolise por OIV, no HC-UNICAMP no período de 2010 a 2016. Foram avaliadas idade, presença de cirurgias pélvicas prévias, histórico de cirurgia para correção de incontinência urinária de estresse, presença e duração dos sintomas, resultados urodinâmicos pré e pós operatórios. Resultados: Foram selecionadas 20 pacientes no período analisado. Destas, 12 (60%) foram submetidas à uretrolise e 08 (40%) à uretrotomia. A média de idade foi de 59,55 anos. A etiologia mais comum foi cirurgia para correção de incontinência urinária prévia (70%). Pelos critérios urodinâmicos, houve uma melhora significativa quanto a média do fluxo máximo destas pacientes e do volume urinado pré e pós operatórios (aumento 6,54 para 12,0 ml/seg). O volume urinado apresentou aumento de 136,40 para 205,56 ml. Concomitantemente, houve uma diminuição na média do resíduo pós-miccional (122,5 para 21,11 ml), assim como da pressão detrusora no fluxo máximo (de 48,72 para 32,60 cmH2O). Após os procedimentos cirúrgicos, apenas 30% (n = 6) apresentavam-se assintomáticas e satisfeitas, sendo 3 submetidas a uretrolise e 3 a uretrotomia. Fazendo uma análise individual de cada técnica utilizada, 3 de 12 pacientes submetidas a uretrolise e 3 de 8 pacientes submetidas a uretrotomia tiveram seus sintomas resolvidos, correspondendo a 25% e 37,5% respectivamente. Conclusão: Embora o número de pacientes analisados tenha sido pequeno, os resultados de ambas as técnicas mostraram-se com eficácia distinta, sendo a uretrotomia pouco mais eficaz do que a uretrolise. Apesar da melhora dos padrões urodinâmicos, mais da metade das pacientes presentes no estudo ainda mantinham sintomas obstrutivos mesmo após tratamento cirúrgico. Desta forma, é importante analisar os resultados obtidos pelo estudo urodinâmico com cautela.

Palavras Chave ( separado por ; )

uretrolise; uretrotomia; obstrução infravesical; urodinâmica

Área

Urologia Feminina

Instituições

Unicamp - São Paulo - Brasil

Autores

Thairo Alves Pereira, Arnold Peter Paul Achermann, Fabio Coltro Neto, Guilherme Miranda Andrade, Gustavo Santana Lima, Ivan Borin Selegatto, Paulo Vitor Barreto, Matheus Botelho Santos, Paulo César Rodrigues Palma, Cassio Luís Zanettini Riccetto