CORRELAÇAO ENTRE A GRADUAÇAO HISTOLOGICA DE BIOPSIAS E DO ESPECIME CIRURGICO EM PACIENTES COM CANCER DE PROSTATA SUBMETIDOS A PROSTATECTOMIA RADICAL, NO HOSPITAL OPHIR LOYOLA
INTRODUÇÃO. O câncer de próstata é, atualmente, a segunda causa mais comum de morte
entre os homens. O Sistema de Gleason é o principal orientador na escolha terapêutica.
Acreditava-se haver total concordância entre o grau histológico da biópsia e da peça cirúrgica,
porém variou entre as pesquisas. OBJETIVOS. Correlacionar a graduação histológica da biópsia
da próstata e da peça cirúrgica em pacientes com câncer de próstata. Identificar se o tempo
entre a realização da biópsia e da cirurgia influenciou na diferença histológica. MÉTODOS.
Estudo observacional, descritivo e retrospectivo. Coletados dados dos prontuários de
pacientes submetidos à PR no Hospital Ophir Loyola (HOL), no período de janeiro de 2013 a
dezembro de 2016. Inclusão: todos os prontuários de pacientes com câncer de próstata,
submetidos à PR no HOL. Exclusão: ausência do Escore de Gleason da biópsia ou do espécime
cirúrgico; ausência do PSA inicial; pacientes não submetidos à PR, ou operados em outro
serviço; prontuários incompletos. Totalizou-se 88 prontuários. Dados analisados: idade,
comorbidades, PSA inicial, data da biópsia e da cirurgia e o escore Gleason da biópsia e do
espécime cirúrgico. Valores correlacionados foram feitos por análise de regressão polinomial,
com valores para R 2. RESULTADOS. A média de idade foi de 63,3 anos. A maioria ex-tabagista
(26,5%). Dos 82 prontuários, 54,9% apresentaram concordância entre o Escore Gleason da
biópsia e do espécime cirúrgico, subgradação em 39,0% e supergradação em 6,1%. O padrão
3+3 foi o mais recorrente tanto na biópsia quanto no espécime com valores percentuais de
84,1% e 48,9%, respectivamente. A faixa de PSA mais prevalente foi entre 5,1 a 10,0 ng/ml.
Houve pouca correlação entre o PSA e os escores de Gleason da biópsia (R 2 = 0,1436) e da
peça cirúrgica (R 2 = 0,33). O tempo médio entre o diagnóstico e a cirurgia foi de 13,27 meses.
Houve aumento progressivo na diferença do escore de Gleason na biópsia e na cirurgia,
quanto maiores foram os tempos para a realização da cirurgia (R 2 = 0,956). CONCLUSÕES.
Houve alta taxa de subgradação encontrada em 39% o que leva a um prognóstico aquém. A
observação do PSA e dos escores de Gleason da biópsia e do espécime cirúrgico tiveram baixa
relação. O fator tempo foi influenciador, de forma significativa, no aumento do escore de
Gleason.
Câncer de próstata; Adenocarcinoma; Escore Gleason; Biópsia; Prostatectomia
radical.
Uro-oncologia
Hospital Ophir Loyola - Pará - Brasil
Monique Nayara Coelho Muniz Cardoso, Luis Otavio Amaral Duarte Pinto, João Frederico Alves Andrade Pinto, José Ricardo Tuma da Ponte, Eduardo de Alencar Carvalho, Tiago Bezerra Machado