Dados do Trabalho


Título

USO DO PRINCIPIO DE MITROFANOFF COM TECNICA DE YANG-MONTI PARA DERIVAÇAO URINARIA EM PACIENTE JOVEM

Resumo

INTRODUÇÃO: A Incontinência Urinária (IU) é definida como qualquer perda involuntária de urina, sendo a bexiga neurogênica uma de suas principais causas. Atualmente, existem 3 abordagens para o manejo da IU: terapia comportamental, farmacológica e cirúrgica. A terapia cirúrgica possui duas vertentes: amplificações vesicais e derivações urinarias, sendo que nestas há controle do fluxo urinário através de bolsas coletoras ou cateterismo de reservatórios criados cirurgicamente. Um protótipo dessa derivação foi descrito por Mitrofanoff com a criação de um conduto cateterizável entre a bexiga e a parede abdominal através do apêndice cecal. Mais tarde, a mesma comunicação foi descrita por Yang-Monti utilizando segmentos intestinais reconfigurados.

CASO CLÍNICO: Paciente, sexo feminino, 26 anos, apresentou-se com queixas de dor e dificuldade para realização de sondagem vesical devido a hiperreflexia da bexiga, originada como sequela de ressecção prévia de tumor medular. Como comorbidades, apresentava hipertensão arterial e infecções do trato urinário de repetição, com perda funcional do rim direito. Na consulta subsequente, foi orientada ao uso de Norfloxacino devido à persistência das queixas relacionadas ao autocateterismo. No terceiro atendimento, em conjunto com a paciente, decidiu-se pela urostomia a fim de formar um conduto cateterizável no abdome, seguindo o princípio de Mitrofanoff. Durante o ato cirúrgico, tentou-se realizar a aposição do apêndice cecal na cúpula da bexiga para deixar sua extremidade distal aberta e anastomosada na cicatriz umbilical. Entretanto, devido à falta de comprimento do apêndice, optou-se por alongar esse conduto cateterizável com um seguimento intestinal remodelado pela técnica de Yang-Monti. Paciente segue com boa adaptação ao conduto e assintomática.

DISCUSSÃO: Devido ao desconforto e recorrência das infecções urinárias advindas do cateterismo intermitente limpo em nossa paciente, a equipe médica optou pela técnica de derivação urinária, a fim de facilitar o procedimento através da cicatriz umbilical. O apêndice cecal é o tecido ideal para a formação desse conduto, mas em casos de sua indisponibilidade ou incompatibilidade, segmentos intestinais remodelados são capazes de substituí-lo, através da técnica de Yang-Monti.

CONCLUSÃO: Apesar de pouco utilizados, o princípio de Mitrofanoff com a técnica de Yang-Monti demonstraram-se seguros e eficientes para o manejo da IU, sendo uma opção viável para casos de bexiga neurogênica.

Palavras Chave ( separado por ; )

Incontinência Urinária; Derivação Urinária; Bexiga Neurogênica

Área

Uroneurologia / Disfunção Miccionais / Urodinâmica

Instituições

Hospital Cruz Vermelha Brasileira - Paraná - Brasil, Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

Paulo André Bispo Machado-Júnior, Giovana Paludo Bertinato, Angelo Palma Contar