ESTUDO COMPARATIVO DAS COMPLICAÇOES INFECCIOSAS POS-BIOPSIA TRANSRETAL DE PROSTATA USANDO CIPROFLOXACINO VS FOSFOMICINA
Introdução: Complicações infecciosas após realização da biópsia de próstata não são infrequentes com taxas variando de 2-10%, podem variar de orquites leves até casos de sepse grave e potencialmente a morte. As taxas de infecção pós-biópsia vêm aumentando consideravelmente nos últimos anos e esse aumento pode se dever a maior resistência bacteriana e uso indiscriminado das fluroquinolonas; houve ainda a ampla aceitação pelos urologistas acerca do protocolo de vigilância ativa para o manejo de câncer de próstata de baixo risco e também o aumento no número de fragmentos colhidos nas biópsias. Desta forma, a fosfomicina (Monuril) tem se mostrado como terapia alternativa para profilaxia antibiótica, demostrando segurança com relação a efeitos adversos, conforto em sua posologia, boa cobertura contra patógenos e baixos índices de resistência.
Objetivo: Analisar a frequência de infecções em pacientes que se submeteram à biópsia transretal da próstata no grupo que fez profilaxia com fluoroquinolonas e o grupo que fez com Monuril.
Materiais e Métodos: Estudo prospectivo randomizado com pacientes submetidos a biópsia da próstata. Foram questionados quanto às comorbidades, biópsias prévias ou uso de antibióticos nos últimos 6 meses. Posteriormente, avaliados quanto a presença de sinais e sintomas relacionados a infecção ou sangramento.
Resultados: Dos 52 pacientes que participaram do estudo 27 encontravam-se no grupo Cipro e 25 no grupo Monuril, a média de idade era semelhante, assim como as comorbidades (59% Cipro vs 60%Monuril). No grupo Cipro, 3 pacientes referiam ter feito uso de antibióticos nos últimos 6 meses vs. 2 no Monuril. O número de pacientes que já haviam realizado biópsia previamente foi maior no grupo Monuril (40% vs 30%). Infecção pós-biópsia foi diagnosticada em 17% no grupo Cipro e nenhum no grupo Monuril (p=0,05). Dos 4 pacientes que evoluíram com infecção pós-biópsia, 3 necessitaram internação hospitalar, 2 para uso de antibióticos parenterais para prostatite em enfermaria e um paciente necessitou de suporte intensivo em UTI por uro-sepse. Não houveram óbitos em nossa casuística.
Conclusão: Observou-se que o uso da fosfomicina como profilaxia para biópsia transretal de próstata diminuiu significativamente a incidência de eventos infecciosos após o procedimento. Corroborando com estudos já publicados, que comprovam sua segurança e efetividade, além da conveniência para seu uso com posologia reduzida e ter ainda custo relativamente acessível.
Biópsia de Próstata; Quinolona; Fosfomicina; Infecção; Prostatite; Urossepse; Resistência bacteriana.
Infecção
Santa Casa de Misericórdia - São Paulo - Brasil
Eclair Lucas Filho, Ewerson Kemel Oliveira, Lucas Luis Ávila, Elizeu Bernabé Neto, Roberto Mateussi Justo, Gilberto Saber