ESTUDO DA VIA CARCINOGENICA MEDIADA POR FGFR3 E SEUS POSSIVEIS MIRNAS REGULADORES EM CARCINOMA UROTELIAL DE BEXIGA NAO MUSCULO-INVASIVO
Introdução:O câncer de bexiga é a segunda neoplasia maligna mais freqüente do trato urinário. Carcinomas uroteliais não invasivos (CUBNMI) compreendem 70% dos diagnósticos. Avanços na pesquisa das vias moleculares envolvidas na carcinogênese do CUBNMI são cruciais para a identificação de biomarcadores de diagnóstico, prognóstico e tratamentos de alvo molecular dirigidos. miRNAs são pequenas sequências não codificantes de RNA que regulam a expressão gênica, estando envolvidos em vários processos celulares incluindo o câncer.
Objetivos:Estudar a interação de miR-100 e miR-10a com o gene FGFR3 em linhagem 5637 de CUBNMI e suas relações com proliferação e invasão celular e analisar o papel desses miRNAs como terapia de alvo molecular de xeno-enxerto em camundongos atímicos.
Material e Métodos: Os estudos in vitro envolvendo a linhagem 5637 foram divididos em 4 fases: (1) transfecção de miRNAs, (2) estudo de proliferação através de ELISA, (3) migração e invasão através de Matrigel e (4) interação miRNA-gene. Os estudos in vivo compreenderam 3 fases: (1) construção de linhagem bioluminescente 5637 com vetor pGL4.21, (2) indução tumoral subcutânea de 5637-luc e (3) tratamento de alvo molecular com miRNAs em camundongos nude.
Resultados:A transfecção in vitro de miR-100 foi significativa nos dois tempos estudados (p=0,05), enquanto que a de miR-10a foi efetiva apenas no tempo de 24h (p=0,05). miR-100 foi capaz de suprimir a expressão de FGFR3 para ambos os tempos (p=0,0001) e miR-10a promoveu aumento dos níveis de expressão de FGFR3 para o tempo de 24h (p=0,05). Para o ensaio ELISA, a transfecção com miR-100 foi efetiva nos dois tempos estudados, diminuindo os índices de proliferação celular (p=0,001 e p=0,008). miR-10a também foi tratamento efetivo para 48h, com significativo aumento da taxa de proliferação (p= 0,04). No ensaio Matrigel, miR-100 se correlacionou com a diminuição da invasão celular no tempo de 48h (p=0,019). Considerando os tratamentos de alvo molecular in vivo, miR-100 reduziu significativamente o volume tumoral em relação ao antimiR-100 (p=0,005) e ao controle (p=0,02).
Conclusão: miR-100 suprime a atividade tumoral de FGFR3, inibindo a proliferação, invasão e o crescimento tumoral da linhagem 5637. A partir de provável ação não canônica, miR-10a possui papel oncogênico estimulando a atividade de FGFR3, a proliferação celular e o crescimento tumoral da linhagem 5637.
Neoplasias da bexiga urinária, miRNAs, terapia de alvo molecular
Ciência Básica
Faculdade de Medicina da USP - São Paulo - Brasil
Nelson Gaspar Dip Júnior, Sabrina Thalita Reis, Nayara Izabel Viana, Vanessa Guimarães, Iran Silva, Ruan Pimenta, Luís Felipe Gastaldo Poletti, Kátia Ramos Moreira Leite