ANALISE EPIDEMIOLOGICA DOS TRANSPLANTES RENAIS BRASILEIROS NO PERIODO DE 2014 A 2016
INTRODUÇÃO: a insuficiência renal crônica, caracterizada pela perda gradual e irreversível
da função renal, é um impasse na saúde pública brasileira devido à alta incidência e prevalência
e elevada morbimortalidade. O transplante renal (TR) é a modalidade terapêutica definitiva,
proporcionando melhor qualidade de vida e menos gastos para o paciente e o Sistema Único de
Saúde, sendo de suma importância dimensionar o seu desempenho em nosso país.
OBJETIVOS: fazer uma análise epidemiológica do número de TR realizados no Brasil,
relacionando com as regiões federativas, tipo de doador e fila de espera. MÉTODOS: estudo
transversal, descritivo, por análise de dados secundários do Registro Brasileiro de Transplantes
da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, de 2014 a 2016, de ambos os sexos e de
todas as faixas etárias. RESULTADOS: observou-se redução de 2,59% no total de TR no
período analisado, sendo o valor absoluto de 5.661 em 2014 e 5.514 em 2016 e o por milhão de
população (pmp) de 29,7 em 2014 e 27,0 em 2016, levando o país a ocupar o segundo e
trigésimo terceiro lugar em número de TR por ano, respectivamente. Houve prevalência de
doadores falecidos (77,38%) e suprimento de 25,93% da fila de espera (21.264 pacientes).
Notou-se predomínio dos procedimentos em número absoluto na região sudeste (3.066),
destacando-se São Paulo com 2049, e em pmp na região sul (49,2), sobressaindo o Paraná com
48,6. CONCLUSÃO: a estabilização de TR é esperada após 15 anos da implantação do sistema
de TR, semelhante aos países que ocupam as primeiras posições. A colocação quanto ao número
absoluto deve-se à dimensão do país. Já a por pmp, que caracteriza a excelência do sistema de
TR, justifica-se por implantação tardia da legislação regulamentadora da doação de órgãos e
transplantes no Brasil, baixa efetividade dos mecanismos de procura de órgãos e recusa familiar
por incerteza da reversão do coma, com apenas 30% dos potenciais doadores tornando-se
efetivos. A polarização das regiões sul e sudeste é dada pelo pioneirismo na implementação e
pela heterogênea distribuição dos serviços de TR em âmbito nacional Assim, todos esses dados
manifestam-se na insatisfatória suplência da lista de espera, sendo necessário ações
intersetoriais e pluri-institucionais de expansão de centros de TR em nível nacional, melhoria
dos setores de busca de órgãos e maior instrução populacional sobre a morte encefálica, visto
que ainda se credita ao país um grande potencial para TR.
transplante; brasil; renal
Transplante Renal / Miscelânea
puc go - Goiás - Brasil
rafael lobo, leonardo mello, eduardo primo, darci cândido, joão lucas salge, stefano porto, joao gabriel madeira