ANALISE DE LONGO PRAZO DE PACIENTES COM TUMOR DE TESTICULO TRATADOS NO HOSPITAL UNIVERSITARIO PEDRO ERNESTO
Foi realizada uma análise retrospectiva de 66 pacientes submetidos à orquiectomia radical no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE/UERJ) no período de 2007 a 2017. Os pacientes foram avaliados em relação a sobrevida, estadiamento, tipo histológico, idade do diagnóstico, lateralidade e tipo de tratamento complementar. Pacientes em que o tumor de testículo foram secundários a outro tumor primário, pacientes com tumores benignos e aqueles cujo diagnóstico histopatológico foi obtido em outro local foram excluídos do estudo.
A média de idade no diagnóstico foi de 37,34 anos (variando de 17 a 79). O follow up médio de 6,8 anos e o número de casos/ano de 6 (variando de 2 a 10). A sobrevida global foinde 87,5% e câncer-específica de 91,66%. Todos os óbitos decorrentes do câncer ocorreram em pacientes M1 ao diagnóstico. Houve 1 óbito decorrente de neutropenia grave pós quimioterapia. Em relação a cor de pele: 29,16% se auto-declaram brancos, 62,50% pardos e 8,33% negros. Seminoma foi o tipo histológico mais encontrado em 62,5% dos casos., Carcinoma embrionário em 37,5%, Tumor de saco vitelínico em 12,5%, Teratoma Maduro 12,5% e Teratoma Imaturo 8,3%. O tumor foi mais frequente a esquerda (58,33%) e 2 casos bilaterais (8,33%), sendo 1 sincrônico e outro metacrônico. Quimioterapia adjuvante foi realizada em 64% dos pacientes, radioterapia e 16,66%, orquiectomia isolada em 25% e linfadenectomia em 8,33%. O principal sinal clínico que motivou o atendimento médico foi o aumento do volume testicular (37,5%) seguido de dor (29,16%).
Conclusão: A análise dos dados referentes a morbi-mortalidade dos tumores de testículo operados no HUPE/UERJ no período de 2007 a 2017 estão de acordo com os dados na literatura. Pacientes com tumor localizado localmente ou regionalmente possuem prognóstico favorável, especialmente se tratados em instituição que dispões de tratamento multimodal. Embora raro, e com alto potencial de agressividade, o câncer de testículo possui excelente prognóstico, superando em mais de 90% a sobrevida câncer-específica.
Tumor de testículo, câncer de testículo, neoplasia de testículo, seminoma, não-seminoma
Uro-oncologia
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro - Brasil
Paulo Roberto Salustiano de Carvalho, Breno Aichi Santiago Gonçalves de Gouveia, Ernesto Caetano Dias Júnior, Juan Pablo Suarez Barberan, Ronaldo Damião