ESTUDO COMPARATIVO DOS RESULTADOS CIRURGICOS E COMPLICAÇOES DAS COLPORRAFIAS ANTERIORES: USO DE TELAS SINTETICAS X CIRURGIA CONVENCIONAL
Introdução: Vários procedimentos são propostos para correção do Prolapso de Órgãos Pélvicos (POP), porém mesmo como avanço de novas técnicas e conhecimento da anatomia pélvica, os resultados ainda mostramr risco de recidiva alto. O uso disseminado de telas sintéticas para correção associou-se a complicações como erosão dos tecidos adjacentes, infecção, fístula e retração cicatricial da vagina. Apesar do seu uso associar-se com menor incidência de recidivas no curto prazo, a segurança e a durabilidade no longo prazo ainda não são totalmente conhecidas.
Objetivos: Avaliar comparativamente as complicações das colporrafias anteriores com e sem tela e o impacto sobre a qualidade de vida pós operatório.
Métodos: Estudo longitudinal descritivo retrospectivo, com pacientes que submeteram-se a colporrafia anterior, com e sem tela sintética, entre 2013-2017 em serviço de referência terciário. As variáveis estudadas foram dados sócios-demográficos, sintomas pré e pós operatório, escala de Baden-Walker e escore de Clavien-Dindo.
Resultados: Foram estudadas 43 pacientes, sendo 30 com tela e o restante com correção sítio específica. No pré operatório os grupos diferiram quanto ao grau do prolapso e foram semelhantes em relação aos sintomas e características sócio-demográficas. No pós operatório foram semelhantes quanto ao escore de Clavien-Dindo e diferiram nas complicações. A idade média foi de 62,49 (DP 8,69), predominando mulheres brancas (88,37%). A paridade média foi de 3,74 (DP 2,78). 6,97% das pacientes apresentavam prolapso grau I, 27,9% grau II, 51,1% grau III e 13,9% IV.
A escolha da técnica está intimamente relacionado com o grau do prolapso (p:0.0291). Graus I e II são abordados com correção sítio específica, enquanto graus III e IV são preferencialmente corrigidas com tela sintética. O escore de Clavien-Dindo foi grau I para todas as pacientes no pós operatório, 38% apresentaram algum grau de complicação e apenas 6% recidivaram. Dos casos recidivados, 20% usaram a tela - demonstrando que quanto maior o prolapso, maior a chance de recorrência. Extrusão de tela foi observado em 10%. Houve melhora das queixas urinarias aproximadamente na totalidade dos casos.
Conclusão: Comparativamente o uso da tela demonstrou baixa incidência de eventos adversos, demonstrando ser um procedimento seguro e efetivo para prolapsos mais avançados.
ASSOALHO PÉLVICO; PROLAPSO GENITAL; UROLOGIA FEMININA; PROLAPSO DE ORGÃOS PÉLVICOS; TELA; SÍTIO ESPECÍFICA, COLPORRAFIA
Urologia Feminina
UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas - São Paulo - Brasil
Marina Correa Viana , Paulo Vitor Barreto , Ivan Borin Selegatto, MATHEUS BOTELHO SANTOS , Thairo Alves Pereira , FABIO COLTRO NETO , Daniel De Almeida Braga , Barbara Ferrarezi, Paulo Cesar Rodrigues Palma , Cassio Luis Zanettini Riccetto