Dados do Trabalho


Título

CIRURGIA DE REDESIGNAÇAO SEXUAL – EXPERIENCIA DE 4 ANOS.

Resumo

Introdução: A transexualidade foi reclassificada no CID 11 como uma incongruência de gênero caracterizada como um desejo de viver e ser aceito enquanto pessoa do sexo oposto, e a necessidade de submeter-se a uma intervenção cirúrgica e/ou a tratamento hormonal a fim de tornar seu corpo o mais próximo possível do sexo desejado. Em 2013, o Ministério da Saúde ampliou a Atenção Especializada do Processo Transexualizador no Brasil, em outubro de 2014 o Hospital das Clinicas da UFPE foi credenciado para atendimento cirúrgico no SUS.
Objetivo: Demonstrar a experiência do serviço de cirurgia de redesignação sexual do HC-UFPE e a incidência das principais complicações.
Métodos: No período de abril de 2015 a março de 2019, 41 pacientes com diagnóstico de transexualidade male-to-female foram submetidas a cirurgia de redesignação sexual. Apresentavam idade média de 30 anos (21-50 anos) e o tempo médio de seguimento foi de 12 meses.
Resultados: Em 32 pacientes (78%) não foi registrado nenhuma complicações pós-operatórias. Apenas uma paciente (2,4%) apresentou infecção de ferida operatória; outras cinco (12,2%) evoluíram com estenose de meato uretral, sendo tratadas com meatoplastia. Em um caso (2,4%) ocorreu estenose parcial do canal vaginal, e esta paciente foi seguida com sessões de fisioterapia e exercícios de dilatação vaginal, não sendo necessária nova intervenção cirúrgica. Não ocorreram fístulas urinárias, mas uma paciente (2,4%) evoluiu com uma fístula reto-vaginal após o início das dilatações vaginais, que se resolveu espontaneamente com a suspensão das dilatações. Quatro pacientes (9,7%) referiram episódios esporádicos de perda urinária aos esforços, tratadas com fisioterapia do assoalho pélvico. Uma paciente (2,4%) necessitou de uma reabordagem cirúrgica precoce por sangramento da borda uretral, e outras sete (17%) foram submetidas a procedimentos tardios para melhora da estética vulvar.
Conclusões: Nos quatro anos de cirurgia de redesignação sexual HC-UFPE encontramos bons resultados cirúrgicos, com poucas intercorrências no período peri-operatório e uma baixa incidência de complicações tardias.

Palavras Chave ( separado por ; )

redesignação sexual; transexualidade, uretra

Área

Trauma / Uretra / Urologia Reconstrutora

Instituições

Hospital das Clínicas de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

Rogerson Tenorio Andrate, Natalie Hana Sabota Tominaga, Aleide Tavares Silva, Nicole Viana Leal, José Carlos Lima, Thiago Siqueira Leite, Danilo Lima Cavalcanti, Marcos Albeny