Dados do Trabalho


Título

BCG-INTRAVESICAL PREVIO ALTERA OS DESFECHOS DA GENCITABINA INTRA-VESICAL EM PACIENTES COM TUMOR UROTELIAL DE BEXIGA NAO-INVASIVO?

Resumo

Introdução: As neoplasias uroteliais não-invasivas da bexiga (NUNIB) são os tumores vesicais mais frequentemente diagnosticados na apresentação inIcial desta doença. Além disso, também apresentam altos índices de recorrência quando nenhuma terapia adicional é prescrita. Neste cenário a BCG intra-vesical ainda é o tratamento de escolha quando indicada. Entretanto, a ausência deste tratamento pode ocorrer devido a problemas de fabricação e distribuição do fármaco em nosso país. Dessa forma se faz necessária a avaliação de outras medicações como a Gencitabina.
Objetivo: Avaliar as taxas de recidiva e efeitos colaterais da quimioterapia intra-vesical com Gencitabina no tratamento de câncer de bexiga não-músculo invasivo como primeira e segunda linha de tratamento. 
Métodos: Foram acompanhados 45 pacientes com NUNIB diagnosticados por ressecção transuretral da bexiga e tratados com Gencitabina intra-vesical na dose de 2000 mg diluídos em 100 ml de soro fisiológico infundidos semanalmente durante 6 semanas na indução e após mensalmente durante a manutenção pelo período de 12 meses. O pacientes foram submetidos a cistoscopias diagnósticas antes de iniciar o tratamento, após o término da indução e trimestralmente durante a manutenção.
Resultados: Dos 45 pacientes analisados, 33 (73.30%) eram homens e 12 (73.30%) mulheres. Vinte e cinco (55.60%) tinha estadiamento T1 no momento do tratamento e 20 (44.40%) Ta enquanto que 24(53.30%) eram alto grau e 21(46.70%) baixo grau. A classificação alto risco foi a indicação mais frequente no uso da medicação, 28 casos (62,20%) seguido pela recidiva em 17 (37.80%). Dezessete pacientes (37.80%) haviam sido tratados previamente com BCG intra-vesical. A recorrencia do NUNIB foi demonstrada em 13 casos (28.90%) e o efeitos adversos em 16 (36.6%). Os efeitos adversos mais prevalentes foram a disúria e hematúria em quatro pacientes seguidos de dor supra-púbica em três. Quando comparados tratamento inicial com tratamento com BCG prévio, não houve diferença estatística com relação a recidiva ou efeitos adversos [OR:0.61, IC 95%: 0.16-2.26 e OR:1.19, IC95%:0.31-5,53].
Conclusão: A terapia intra-vesical com Gencitabina apresenta índices semelhantes de eficácia e efeitos colaterais no tratamento do NUNIB inicial ou no paciente tratado previamente com BCG.

Palavras Chave ( separado por ; )

Neoplasia urotelial de bexiga; Gencitabina; Terapia intra-vesical; BCG; Imunoterapia; Quimioterapia intra-vesical

Área

Uro-oncologia

Instituições

Hospital Nossa Senhora da Conceição - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

André de Oliveira Martins, Lucas Ferreira Leite, Diego Inácio Goergen, Renan Machado de Lemos, Ricardo Segabinazzi Dotto, Judith Hoppe, Juliana Janoski Menezes, Gustavo Vasconcelos Alves, Isidoro Papadopol, Daniel Melecchi Freitas