ANALISE COMPARATIVA DAS TAXAS DE MORTALIDADE ESPECIFICAS DO CANCER DE PENIS NAS REGIOES BRASILEIRAS E SUAS RELAÇOES SOCIODEMOGRAFICAS.
Introdução: O câncer de pênis (CP) se apresenta como uma ulceração peniana crônica, sendo o carcinoma espinocelular a variante patológica mais prevalente. Cultiva fatores de risco relacionados à má higiene genital e a comportamentos sexuais de risco como a promiscuidade, zoofilia, infecções por HPV. Guarda vinculação com a presença de fimose, tabagismo e questões socioculturais profundas. Prevalente em países subdesenvolvidos, apresenta-se, no Brasil, como uma tragédia masculina e um problema de saúde publica evitável. Objetivos: Analisar comparativamente as taxas de mortalidade específicas (TME) por CP, por idade e regiões do país, correlacionando-as com o perfil sociodemográfico e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) regional. Métodos: Estudo ecológico de série temporal embasado nas TME, por 100.000 homens, de acordo com as regiões brasileiras, ajustadas por idade, entre 1979 e 2016, colhidas do banco de informações do Instituto Nacional do Câncer, ressaltando-se apenas os dados de maior e menor amplitude, os quais foram correlacionados com o IDH de cada região, calculadas pela média aritmética do triênio 1991, 2000 e 2010, cujos dados base foram disponibilizados pelo IBGE. Resultados: Entre os 20 e 29, as regiões do Sul e Sudeste apresentaram TME de 0,02 ante 0,04 do Nordeste; 30 e 39 anos o Sul obteve 0,1 em detrimento do Norte e Nordeste que tiveram 0,2; 40 a 49 anos o Sul impetrou 0,26 em face de 0,47 no Nordeste; 50 a 59 anos o Sul obteve 0,55 diante de 0,87 do Nordeste; 60 a 69 o Sudeste representou 1,19 ante 1,47 do Norte; 70 a 79 anos obteve 2,23 no Sudeste diante de 2,88 na região Centro-Oeste; 80 ou mais o Sul representou 4,47 frente a 6,83 no Norte. Quanto ao IDH, a região Nordeste pontuou 0,515; o Norte 0,548; Centro-Oeste 0,624; Sudeste 0,648 e Sul 0,649. Conclusões: As regiões do Nordeste e Norte apresentaram, majoritariamente, as TME para CP de maior amplitude dentre as populações de adultos. Já as regiões Sul e Sudeste oscilaram com menores taxas, que se correlacionam com o valor de IDH mais elevado, supostamente aliados a fatores socioeducativos e medidas de promoção à saúde mais eficazes. Frente a população idosa, as regiões Centro-Oeste e Norte obtiveram as maiores taxas, enquanto Sul e Sudeste, mantiveram os menores números, resultado igualmente aliado ao desempenho no IDH e, possivelmente, fatores socioculturais peculiares a cada região.
Câncer de pênis; taxa de mortalidade; índice de desenvolvimento humano
Uro-oncologia
Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ) - Paraíba - Brasil, Universidade Federal da Paraíba (UFPB) - Paraíba - Brasil
Matheus Pereira Fernandes, Marina Guimarães Ferreira, Sabrina de Figueiredo Ramalho, Arlindo Monteiro de Carvalho Junior