Primeiros implantes renais robóticos realizados por equipe brasileira
Introdução: Técnicas cirúrgicas minimamente invasivas têm sido introduzidas em vários campos da Cirurgia. No implante renal, pouco se evoluiu no sentido de reduzir a morbidade da intervenção. Em 2018, um grupo de trabalho de 08 instituições europeias apresentou a maior série de casos de implantes renais robóticos, com excelentes resultados funcionais e ótimos dados de qualidade de vida no peri-operatório, demonstrando ser uma técnica factível e segura e com possibilidade de benefícios aos pacientes
Objetivo: Apresentar a experiência inicial dos primeiros casos de transplante renal robótico realizados por uma equipe exclusivamente brasileira
Métodos: Relato dos 2 primeiros casos de transplante renal robótico realizados por equipe brasileira, descrevendo técnica utilizada, dados perioperatórios e resultados funcionais no primeiro mês
Resultados: O procedimento inicia-se por incisão de 5cm transumbilical, com colocação de GelportR e de trocarte de 12mm para câmera. Utilizados mais 3 trocartes para conexão dos braços robóticos e outro de 12mm para auxiliar, em “V” invertido, com vértice no umbigo. Após conexão da plataforma robótica, é realizada dissecção dos vasos ilíacos externos direitos e introduzido o rim a ser implantado (esquerdo em ambos casos, com vasos únicos) pelo GelportR. Previamente à introdução na cavidade, o enxerto é envolvido por compressa contendo gelo triturado. Feitas anastomoses término-laterais nos vasos ilíacos externos com fio de goretexR 4.0, sutura contínua; reimplante ureteral a Lich-Gregoir
Os tempos de isquemia quente foram 3minutos em ambos os casos. Tempos de isquemia fria foram de 110minutos e 87minutos, respectivamente, incluindo período de reaquecimento (rim no interior da cavidade abdominal). As anastomoses vasculares tiveram duração de 27 e 35 minutos e o sangramento estimado foi de 100 ml e 30 ml respectivamente. Ambos enxertos apresentaram diurese ao final da cirurgia, com Doppler realizado no pós operatório imediato mostrando boa perfusão. Não houve complicações peri-operatórias. Os pacientes permaneceram com drenos abdominais tubulares, retirados no 3o e 2o dias pós operatórios, e sonda vesical de demora no 6o dia pós operatório. A alta hospitalar ocorreu no 6o e 7o dias pós operatórios, respectivamente, com ótimas funções renais, mantidas em seguimento de 1 mês
Conclusão: Concluimos que o implante renal robótico é factível e seguro para o paciente e enxerto, podendo agregar os benefícios da cirurgia minimamente invasiva
transplante renal; cirurgia robótica; transplante renal assistido por robô;
Transplante Renal / Miscelânea
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil, Hospital Brasília - Distrito Federal - Brasil
Fransber Rondinelle Araújo Rodrigues, Rafael Ferreira Coelho, Eurico Aparecido Lopes Silva, Luiz Angelo Montalvão Martins, Livia Maria Paz Portela Judice, Ruytemberg Oliveira Rodrigues, Pedro Mendes Oliveira Filho, Felipe Nonato Dutra Silva, Gustavo João Sebba, Giuseppe Cesare Gatto