Dados do Trabalho


Título

Rastreamento oportuno de osteopenia e osteoporose através da tomografia computadorizada convencional – Resultados preliminares

Introdução

Fraturas osteoporóticas representam causa significativa de morbimortalidade entre idosos, em partes pelo rastreamento insuficiente e subdiagnóstico da osteoporose. Não há, até o momento, estudos brasileiros validando o uso de tomografias computadorizadas (TC) convencionais na avaliação de pacientes quanto a alterações na densidade óssea. O objetivo deste estudo foi avaliar o uso da atenuação tomográfica de L1 no rastreamento oportuno de osteopenia e osteoporose em TCs realizadas por outros motivos.

Casuística e Métodos

Estudo retrospectivo realizado no Rio Grande do Sul, com pacientes que realizaram TC sem contraste e densitometrias ósseas (DO) em intervalo máximo de 6 meses entre 2016 e 2022. Excluíram-se pacientes com lesões líticas ou blásticas difusas. Avaliaram-se os resultados densitométricos (escores T de coluna lombar e fêmur) e a atenuação trabecular média de L1 nos planos axial, sagital e coronal à TC. Por fim, foram comparados os resultados das DO com a atenuação média de L1, calculando-se o coeficiente de correlação de Pearson, além de sensibilidade, especificidade e área abaixo da curva na discriminação de pacientes com densidade mineral óssea normal ou anormal.

Resultados

Foram incluídos 124 pacientes (99 mulheres e 25 homens). A prevalência de osteoporose na amostra foi de 33,1%. Houve correlação significativa entre os escores T e a atenuação trabecular de L1 nos planos axial, coronal e sagital (coeficiente de correlação de Pearson: 0,514; p<0,01). A atenuação média de L1 nos pacientes com densidade óssea normal foi significativamente maior do que nos pacientes osteopênicos ou osteoporóticos (p < 0,01). Atenuação trabecular de L1 ≥ 171 UH no plano axial foi capaz de afastar osteopenia ou osteoporose (sensibilidade = 98,8% para densidade óssea anormal), enquanto atenuação ≤ 92 UH diagnosticou densidade mineral óssea alterada (osteopenia ou osteoporose) com alta acurácia (especificidade = 100% para densidade óssea anormal). A atenuação trabecular média de pacientes osteoporóticos foi inferior àquela de pacientes osteopênicos, mas não significativa (103,23 vs 114,95, p=0,43).

Conclusões

A TC é capaz de identificar com alta acurácia os pacientes com alto risco de osteopenia/osteoporose através da atenuação trabecular de L1. Desta forma, permite discriminar de forma oportuna os pacientes que se beneficiarão por avaliação densitométrica formal.

Palavras Chave

Osteoporose; Tomografia computadorizada; Densitometria óssea; Rastreamento; Fraturas.

Área

Radiologia Geral, D.O., Física, Contrastes, Proteção Radiológica

Instituições

Universidade Federal de Santa Maria - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Felipe Welter Langer, Camila Piovesan Wiethan, Guilherme Maia, Katriny Guimarães Couto, Carlos Jesus Haygert